A pandemia foi tema central na sessão solene do Dia do Município da Batalha, assinalado ao final da tarde de hoje, no Mosteiro da Batalha.
Em tempos de combate à Covid-19, a aplicação de recursos públicos que já tinham destino definido, em medidas para fazer face aos impactos da pandemia e o elogio a quem a enfrenta, dominaram o discurso do líder do município.
Antevendo um duro impacto na economia e no tecido social, o presidente da Câmara, Paulo Batista Santos, revelou que há projetos já anunciados que vão ter de ficar pelo caminho.
É o caso da requalificação do pavilhão multiusos. Já não avança, diz o autarca. Porquê? Porque é preciso canalizar os recursos para onde vão fazer falta.
Paulo Batista Santos anunciou que o município que dirige vai “orientar o seu esforço financeiro” para defender as condições das famílias e o emprego.
“Não vos vou enganar”, referiu o autarca no seu discurso na cerimónia desta tarde, “há projetos que não iremos fazer”. “Há projetos que tinha previsto e apresentado aos batalhenses, como a requalificação do pavilhão multiusos da Batalha, que não iremos fazer”, explicitou.
“Uma parte desse dinheiro irá seguramente para apoio social às famílias, aos jovens estudantes, aos que precisam de apoio”.
Entre as obras que não se vão concretizar, contam-se ainda “algumas pavimentações”. Embora previstas, “também não serão feitas”. “Não são investimentos prioritários nesta fase”, a prioridade nesta altura “são as pessoas, as empresas e o emprego e a saúde”, reforçou.
“Iremos afetar bastantes recursos na componente social”, referiu o autarca, adiantando que, ainda assim, no que se refere a investimentos que contam com apoio comunitário, não se prevê qualquer cancelamento.
Nestes casos, a aposta passará por acelerar a sua concretização.
Numa cerimónia que ficou marcada pela homenagem aos profissionais de saúde e da área social que se empenharam no combate à pandemia, Paulo Batista Santos lembrou ainda alguns dos projetos municipais nesta área, incluindo a distribuição gratuita de máscaras pela população, desde meados de abril.
Uma medida que motivou a repreensão por parte da diretora geral de saúde, revelou o presidente do município.
“Fui repreendido duas vezes pela senhora diretora geral de Saúde, aceitei a repreensão, mas continuei. E continuamos bem, porque tínhamos razão”, adiantou.
“Felizmente, meses depois”, acrescentou o autarca, “a DGS adotou esta medida para toda a população”.
Presente na sessão solene, Jorge Botelho, secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, elogiou o empenho que a Batalha tem emprestado ao processo de descentralização de competências da administração central e exortou os autarcas a participarem no processo de eleição dos responsáveis das comissões de coordenação e desenvolvimento (CCDR).