Na sua luta pelos ideais, quando percebeu que tinha de fazer algo mais do que ser um simples cidadão?
Sou um simples cidadão. E apercebi-me que estava num caminho quando comecei a olhar para os outros como eu. Quando reagi pela maneira como no prédio em que vivia em miúdo, onde vivia uma família timorense, olhada como “os outros” e não como nós. Achei aquilo estranho. Porque é que os filhos dos trabalhadores têm dificuldades que os filhos dos outros não têm?
Fui o único (da classe) que fiz o liceu. Logo por coincidência fui para o liceu mais perto de casa, o Pedro Nunes, que é o liceu dos meninos da Lapa, da Estrela, dos filhos dos ministros. Vejo-me entre dois mundos.