As tradicionais comemorações do Dia do Bolinho e o pedir “pão por Deus” dividem opiniões. Várias entidades – autarquias e serviços de saúde – recomendam que a tradição seja este ano suspensa, mas não há orientações da tutela que impeçam que as crianças saiam à rua para pedir bolinho, desde que sejam cumpridas as regras de segurança e de proteção que o atual contexto pandémico impõe.
No concelho de Leiria, a Câmara apela à responsabilidade de todos num dia em que se prevê, por ser domingo, uma maior adesão à efeméride e deixam várias recomendações.
Circular na rua em grupos pequenos, preferencialmente do mesmo núcleo familiar, usar máscara, higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento físico são cuidados a respeitar. O Município de Leiria sugere ainda que as ofertas sejam devidamente acondicionadas e entregues no exterior, e que depois de rececionadas as ofertas sejam mantidas “de quarentena” durante três a quatro dias. Recomenda ainda a higienização frequente das maçanetas de portas e portões e campainhas.
Algumas autarquias desaconselham contudo claramente a realização do Dia do Bolinho. É o caso da Junta de Freguesia de Colmeias e Memória, que na sua página do Facebook, recomenda que a tradição não se cumpra este ano em nome da “segurança de todos”.
Mesma iniciativa tomou a Junta de Freguesia de Bidoeira de Cima que apela à suspensão do pedido de Bolinho e quaisquer festejos de Halloween.
Também a Câmara de Porto de Mós desaconselha o cumprimento da tradição, considerando as diretrizes da Direção-Geral da Saúde e do Governo no que toca à concentração de pessoas e os riscos que podem decorrer do contacto entre pessoas que não integram o mesmo grupo familiar.
“Mesmo estando em grupos reduzidos e usando sempre a máscara”, as crianças “não assumem a mesma responsabilidade de um adulto, o que resulta em comportamentos de risco, tais como a retirada da máscara para comer doces que lhes são oferecidos e até a partilha e troca dos mesmos entre si”, alerta o Município na sua página do Facebook.
“Nalguns locais, em vez de doces, são ofertadas moedas, que podem constituir um veículo de contaminação, sendo que, a higienização das mãos deverá ser praticada de modo muito recorrente, o que nem sempre é cumprido pelas crianças”, frisa ainda, reiterando o apelo à proteção de todos.
O teor da mensagem é idêntico ao comunicado da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, que o Município de Ourém também subscreve e partilha.