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Leiria

Politécnico de Leiria une forças para levar ao parlamento pedido sobre doutoramentos e diferente designação

A iniciativa passa pela recolha de 20 mil assinaturas, a fim de apoiar que os politécnicos possam atribuir grau de doutor sob a denominação de universidade politécnica

Os politécnicos públicos estão a recolher 20 mil assinaturas, numa iniciativa legislativa de cidadãos, para levarem ao parlamento um pedido sobre doutoramentos e alteração de designação, disse nesta terça-feira, 3, à Lusa o presidente do Conselho Geral do Politécnico de Leiria.

Pedro Lourtie disse que os politécnicos estão a trabalhar em conjunto para que a legislação seja alterada e que estas instituições de ensino superior possam atribuir o grau de doutor e possam ainda ter a designação de universidade politécnica ou university of applied sciences em termos internacionais”.

O presidente do Conselho Geral do Politécnico de Leiria adiantou que o objetivo é “alterar a Lei de Bases e o Regime Jurídico das instituições de ensino superior”, o que poderá concretizar-se através da iniciativa legislativa de cidadãos, que “requer 20 mil assinaturas para ir ao parlamento, baixar à comissão e ao plenário”.

“Preparámos todos os documentos e entendemos que se colocássemos a subscrição online poderíamos não conseguir as 20 mil assinaturas”, pelo que as direções de todos os politécnicos públicos nacionais “colocaram à disposição da sua comunidade académica, parceiros e autarquias o documento em papel”, disse Pedro Lourtie, que liderou a iniciativa dos presidentes dos conselhos gerais.

“Esperamos ter mais de 20 mil assinaturas antes do fim do mês. Nessa altura, colocaremos na plataforma para subscrição de mais pessoas. O objetivo é que deixe de haver a limitação que hoje existe para os politécnicos darem doutoramentos”, sublinhou.

Pedro Lourtie defendeu que “os politécnicos ou têm condições e a agência de avaliação e acreditação do ensino superior pode validar o doutoramento ou não têm condições e não valida”.

“Para uma instituição como o Politécnico de Leiria, com a colaboração que tem com as empresas locais – as empresas de moldes exigem uma permanente atualização tecnológica para se manterem na crista da onda – é importantíssimo ter investigação e dar doutoramentos”, precisou.

Recordando que esta é uma pretensão antiga, o presidente do conselho geral explicou que antes das eleições legislativas, os politécnicos falaram com os deputados e partidos políticos, que “mostraram abertura a esta evolução, que já está no decreto-lei de graus e diplomas que foi aprovado pelo Governo”.

“Decidimos avançar neste momento, pedir o doutoramento e a designação de universidade politécnica. Por que é que temos aqui alunos de doutoramento e depois vão pagar as propinas e defender a tese nas universidades?”, insistiu.

Em declarações à Lusa durante uma visita ao Politécnico de Leiria no início de outubro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, desvalorizou o título de universidade: “Prefiro muito mais abordar o conteúdo. Não me canso de dizer que temos no setor politécnico português as principais inovações que surgiram no ensino superior nos últimos anos”.

“Sabemos cada vez mais que o ensino superior em Portugal, na Europa e no mundo passa pela diversificação de diferentes instituições. Hoje, o símbolo politécnico, muito devido ao Politécnico de Leiria, é um símbolo de qualidade. Isso é o que interessa. Precisamos de instituições diferentes umas das outras e cada vez mais ligadas à realidade, quer científica quer económica e social”, disse na altura o ministro.

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