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Ambiente

Praia do Pedrógão: Voluntários retiram mais de duas toneladas de lixo do areal

Iniciativa, realizada no Dia Nacional do Mar, é da associação Brigada do Mar em parceria com o projeto TransforMAR.

O trabalho voluntário, dos últimos três dias, de seis elementos da Brigada do Mar, num troço de 12 km, entre a Praia do Pedrógão (Leiria) e a Leirosa (Figueira da Foz), representa mais de duas toneladas de lixo recolhido.

Ao final da manhã de hoje, dia 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, os voluntários mostravam-se satisfeitos por mais uma ação de limpeza nesta zona da costa portuguesa.

Desde 2008 que a Brigada do Mar efetua duas “visitas” por ano a este traçado do areal não concessionado, e fora da época balnear, e a quantidade de lixo recolhido nunca deixa de surpreender.

Cordas de grande dimensões, algumas com cabos de aço no interior, bóias, covos de plástico, garrafas de plástico, iogurtes, rolhas, (centenas de) cotonetes, latas, um pneu gigante, pedaços de rede de pesca e corda, um sapato e até um tampo de uma sanita foram alguns dos objetos recolhidos. Tudo somado, a organização calcula que o lixo recolhido, nos últimos três dias na região, represente mais de duas toneladas.

“Desde a nossa primeira intervenção aqui [Praia do Pedrógão] há 12 anos, reparamos que há cada vez menos lixo mas ainda assim continua a ser uma quantidade impressionante”, explica Simão Acciaioli, porta voz da Brigada do Mar.

A ação foi realizada em parceria com o projeto TransforMAR, um projeto promotor de economia circular, desenvolvido pelo Lidl Portugal e Electrão, em que “todo o plástico recolhido será transformado em donativos monetários para IPSS locais”.

Devido às condições em que se encontram os materiais, nomeadamente os plásticos já bastante degradados, o encaminhamento para reciclagem não é possível e por isso seguirá para aterro.

“No fundo, vimos aqui tirar a ‘sopa’, o lixo. Porque o lixo não deixa de existir, tem é menos expressão. Esta zona da costa, com duas, permite que o lixo se concentre aqui e que fique a boiar, consoante a maré. Tirar o lixo que vem no mar é o nosso objetivo, para que não volte para a ‘sopa'”, diz o responsável.

Apesar de uma parte do material recolhido resultar da atividade piscatória, Simão Acciaioli alerta que “a responsabilidade é de todos”. “O que está aqui [redes, bóias, covos] representa semanas de trabalho para os pescadores que perdem este material. E isso acontece porque eu quero comer peixe, logo também sou co-responsável pelo lixo que fica no mar”, afirma. Realça ainda que a presença de cordas e redes a boiar pode colocar em perigo os tripulantes das embarcações de pesca, caso se embrulhem, por exemplo, nas hélices dos barcos.

Outra das tendências dos últimos anos na região é o aparecimento de pellets provenientes da indústria dos plásticos, um sector com elevada presença na região. Parte da matéria prima utilizada no sector – pellets, o equivalente a pequenos grãos de areia, mas em plástico -, não fica retida nos filtros dos esgotos e estações de tratamento e acaba por ser encaminhado até ao mar, confundindo-se muitas vezes com areia.

Nos últimos 12 anos de atividade, os elementos da Brigada do Mar já percorreram mais de 1.400 km na costa portuguesa, em 350 dias e com 800 toneladas de lixo recolhido.

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