O número de novos casos de infeção por VIH na região atingiu, o ano passado, o valor mais baixo dos últimos anos, revela um relatório da Direção Geral de Saúde (DGS) e do pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O documento revela que, a nível nacional, de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2019, foram diagnosticados 778 novos casos de infeção por VIH, menos 331 casos do que no ano de 2018.
No distrito de Leiria, por sua vez, foram diagnosticados 14 casos, menos de metade do registado em 2018 (30 casos). Este valor é o mais reduzido desde, pelo menos, o ano de 2010, o último a que se referem os dados detalhados por ano no relatório “Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020”.
Desde o início epidemia global de VIH/SIDA na década de 80 do século passado, no distrito de Leiria registaram-se 1.545 casos de infeção por VIH, vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA. O total do distrito representa 2,6% dos 61.433 casos registados no país.
O distrito regista uma taxa de 3,1 novos casos por 100 mil habitantes, valor que é inferior a metade da média nacional (7,6). Lisboa (15,5) e Faro (13,5) são os distritos com as taxas mais elevadas.
Lisboa, Amadora e Sintra são os concelhos do país com a mais elevada taxa média de novos diagnósticos de infeção por VIH, entre 2015-2019. Nenhum concelho do distrito de Leiria consta na lista dos 15 concelhos com a taxa mais elevada do país.
Já no que se refere à Região de Leiria (que agrega parte dos concelhos do distrito), registou nove novos casos em 2019, total quatro vezes inferior ao valor mais elevado da década (40 casos em 2014) e menos de metade em relação aos 23 casos de 2018.
O distrito de Leiria registou, igualmente, o mais reduzido número de casos de SIDA (síndrome de imunodeficiência adquirida) dos últimos anos. Com três casos em 2019, reduziu para metade o valor de 2018. A nível nacional, foram assinalados 172 casos de SIDA no ano passado.
Em Portugal, a “além da redução no número anual de novos diagnósticos de infeção, este ano destaca-se também uma percentagem de diagnósticos tardios inferior a 50%”, sublinha a DGS.
“O relatório indica a percentagem de diagnósticos tardios passou de 54,4% em 2018 para 49,7%, o que demonstra o esforço que tem sido feito para diagnosticar mais e mais precocemente”, reforça aquela entidade, em comunicado.
Os homens continuam a concentrar a maioria (69,3%) dos novos casos de infeção por VIH, sendo que a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 38 anos.
“Embora a transmissão heterossexual se mantenha como a mais frequente, os casos em Homens que têm Sexo com Homens (HSH) constituíram a maioria dos novos diagnósticos em homens (56,7%)”, sublinha ainda a DGS.