Os trabalhadores da Valorlis, empresa responsável pela recolha seletiva e tratamento de resíduos em seis municípios da região, estão a cumprir uma greve de dois dias, que termina às 24 horas de terça-feira, dia 29, pela “negociação de um acordo coletivo de trabalho e aumentos salariais”.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) informou em comunicado que “os trabalhadores de quatro empresas do sector de resíduos do grupo Environment Global Facilities (EGF) decidiram realizar a greve de 48 horas, exigindo salários justos, carreiras dignas, suplemento de risco e um acordo coletivo de trabalho (ACT) que valorize profissional e socialmente os trabalhadores”.
A greve na Valorlis, que abrange os municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós, poderá afetar a recolha de resíduos numa área com 299 mil habitantes. “Apesar da empresa ter um plano de contingência bem delineado e em execução, existe o receio que a greve o prejudique gravemente e não se consiga evitar a aglomeração e o distanciamento necessário”, refere a câmara da Marinha Grande.
“Por este facto, apela-se para que os munícipes não deixem os sacos com os resíduos na rua”, adianta uma nota da autarquia.
A greve, convocada pelo STAL e pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Elétricas, afetos à CGTP/IN, tem como objetivo reivindicar “a negociação de um ACT que uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores do grupo EGF, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço público prestado”.
“Defendendo que o futuro não pode continuar a ser marcado por salários de miséria, pela precariedade, pela ausência de evolução profissional e por ritmos de trabalho infernais”, os trabalhadores do sector dos resíduos pretendem ainda “aumentos salariais, bem como o aumento dos subsídios de refeição, de transporte e de outras prestações, “que reponham o poder de compra perdido nos últimos anos”.
Outras das exigências são a atribuição de um subsídio de risco extraordinário, no quadro da pandemia, a progressão e a promoção das carreiras profissionais e o respeito pelas normas de saúde e segurança no trabalho.
“Os trabalhadores não aceitam que a EGF continue a desvalorizar o seu trabalho, a desrespeitar a contratação e a fugir à obrigação de negociar, reafirmando que a pandemia não pode impedir a melhoria dos direitos”, sublinha o STAL, segundo o qual a administração do grupo empresarial “recusa-se a iniciar qualquer processo de negociação coletiva pretendido pelos trabalhadores”.
Os mil trabalhadores ao serviço da ERSUC, Resiestrela, Resinorte, e Valorlis prestam serviço a 91 de municípios dos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Vila Real e Viseu e servem uma população de mais de 2,3 milhões de habitantes.
A EGF é uma empresa do Grupo Mota-Engil/Urbaser, que atua no sector dos resíduos em Portugal e assegura o tratamento de 3,2 milhões de toneladas de resíduos por ano, produzidos por 6,3 milhões de habitantes.
Com Lusa