A Câmara de Leiria vai reavaliar os contratos de habitação social e alargar às empresas turísticas e culturais o programa de apoio à economia, no âmbito de um pacote de medidas devido ao novo confinamento geral decorrente da pandemia.
“Vamos, junto dos agregados familiares, avaliar a sua condição económica e ver se necessita de ser ajustado o pagamento da renda. Também haverá uma tolerância para atrasos de pagamento de rendas num período de 30 dias”, afirmou o presidente do Município, Gonçalo Lopes.
Numa transmissão em direto na página do Facebook da autarquia, Gonçalo Lopes adiantou que o Fundo de Emergência Municipal de Apoio Comercial e Empresarial vai ter uma segunda fase, com inclusão de empresas de atividades turísticas e culturais.
Este programa de apoio à economia “Leiria Protege”, para minorar os impactos da pandemia de covid-19, disponibiliza nesta primeira fase 375 mil euros a fundo perdido para microempresas.
“Não haverá, da nossa parte, uma intenção de deixar de apoiar as empresas que necessitam”, garantiu o presidente da Câmara, que deu conta do lançamento de uma campanha de promoção da compra antecipada de ‘vouchers’.
“Todas as pessoas que querem comprar em antecipação nesses estabelecimentos que estão fechados podem entregar o dinheiro ao comerciante e receber em troca um ‘voucher’ que depois será trocado mais tarde”, explicou, referindo que “haverá mecanismo de apoio” com a entrega de um “‘voucher’ suplementar”.
Esta iniciativa vai ser desenvolvida com a Acilis – Associação de Comércio, Serviços e Indústria da Região de Leiria e comunicada através do ‘site’ LeiriaMarket.
Feira de Leiria, e feiras e mercado de Levante cancelados
Gonçalo Lopes anunciou também o cancelamento da tradicional Feira de Maio (agora designada de Feira de Leiria), assim como das feiras e mercados de Levante de Leiria e da Praia do Pedrógão durante o dever de recolhimento domiciliário, que entra em vigor às 0 horas desta sexta-feira.
“Uma feira desta dimensão [Feira de Leiria] é preparada com seis meses de antecedência”, assinalou, reconhecendo ser, no atual cenário, “impossível pensar em fazer o evento e planeá-lo com o nível de incerteza que existe”.
O município vai, por outro lado, relançar o projeto “Terra Alimenta Leiria”, através do qual a autarquia compra bens aos produtores que redistribui por instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e famílias carenciadas do concelho.
“É um fenómeno de comprar internamente e ajudar os nossos através de produtos produzidos no nosso território”, salientou.
O presidente da Câmara recordou que o Município tem disponível um fundo de emergência social, de 1,2 milhões de euros, para acudir a situações de emergência, como a da pandemia, embora reconhecendo que a procura não tem sido muita, mas “é uma segurança” para a comunidade.
Reativação da Rede Solidária 65+
A reativação da Rede Solidária 65 +, para entrega de alimentos, refeições e medicamentos ou outras tarefas urgentes, destinada à população idosa e doentes crónicos, o reforço da disponibilização de testes à Covid-19, especialmente a lares ou idosos e escolas, estão também entre as medidas hoje anunciadas, nas quais se inclui um espaço, no antigo edifício da Caixa Agrícola, na cidade de Leiria, para a realização de inquéritos com o objetivo de rastrear casos do novo coronavírus.
“Criámos condições para sediar ali equipas multidisciplinares de médicos, enfermeiros, assistentes administrativos, pessoal da Câmara, onde se podem fazer os inquéritos de rastreio”, esclareceu o autarca.
Apoio ao associativismo, famílias e empresas
No âmbito do associativismo, vai haver reforço do apoio, nomeadamente para as despesas correntes, e face ao encerramento dos espaços culturais e cancelamento destas atividades, o município garante oferta ‘online’.
Já os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) vão permitir que as famílias com dificuldades possam pedir o pagamento para janeiro de 2022, escalonado em prestações, das faturas emitidas no período de confinamento.
Estão igualmente contempladas algumas isenções para empresas e comércio que são obrigados a fechar, enquanto IPSS, bombeiros e associações culturais e desportivas estão isentas do pagamento das faturas da água, saneamento e resíduos neste período.
Gonçalo Lopes deixou ainda um apelo para a segurança e proteção das pessoas, para que se consiga no período de confinamento interromper a propagação do vírus.