Preocupados com a “situação gravíssima que se vive no país”, os autarcas das Juntas de Freguesia do distrito de Leiria defendem o encerramento urgente dos estabelecimentos de ensino.
“Importa fazer um confinamento real. Ficar em casa não pode continuar a ser uma regra apenas no papel, sendo relegada para segundo plano pelo elevadíssimo número de exceções”, alerta em comunicado a delegação distrital de Leiria da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
Destacando o facto de Portugal se encontrar, “à escala planetária, com uma das situações mais críticas no que toca a novos infetados e a número de óbitos por dia”, a distrital da ANAFRE considera que a medida permitiria controlar a circulação de pessoas, uma vez que “a movimentação diária de adultos que tem de acontecer por causa dos estudantes se terem de deslocar às escolas, inviabiliza um confinamento eficaz”.
“Mais vale perder-se um mês de aulas, que pode ser recuperado reorganizando o calendário escolar do que perdermos centenas ou milhares de vidas dos nossos concidadãos que são irrecuperáveis”, sustentam os autarcas, lembrando que não sendo as crianças as mais afetadas pela pandemia, “não deixam de poder ser transmissores do vírus, propagando o contágio aos familiares de mais idade”.
Os autarcas defendem ainda a interdição de outros espaços públicos, nomeadamente os cemitérios.
Por outro lado e com o dia das eleições presidenciais a aproximar-se, os autarcas pedem “orientações claras por parte da Direção-Geral da Saúde”.
“Apesar de todos os condicionamentos e dúvidas existentes, os autarcas de freguesia estão fortemente empenhados, de forma séria e responsável, em garantir a máxima segurança dos eleitores no exercício do seu direito cívico”, sublinha Pedro Pimpão, coordenador distrital da ANAFRE, no mesmo comunicado.
Os autarcas apelam por último ao reforço da testagem dos utentes e funcionários de lares de idosos, e a “uma efetiva presença das forças de segurança nas ruas para fazerem cumprir o confinamento”.