O cenário da atividade empresarial da Região Oeste “piorou bastante” nos últimos meses, devido ao prolongamento da pandemia e ao novo confinamento geral, segundo os resultados do 5º barómetro Empresarial elaborado pela Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO).
O documento, revelado esta quarta-feira, dia 10, analisa os dados de um questionário aos empresários, entre os dias 22 de janeiro e 3 de fevereiro, e conclui que “a percentagem de empresas em funcionamento apenas com o plano de contingência desceu para 30%, ou seja quase metade face ao último inquérito (64%)”.
Por outro lado, em setembro passado apenas 1% das empresas estava em lay-off total, valor que aumentou para 10%. Assiste-se também ao crescimento das que necessitam de recorrer a lay-off que passou de 16% em setembro para 52% atualmente.
“Esta situação evidencia o aumento das consequências negativas da atual crise que vivemos”, refere a AIRO, destacando que “é notório o cenário negativo pelo qual a maioria das empresas tem passado”.
Atualmente, e desde o primeiro confinamento geral, mais de metade dos empresários (59%) não conseguiu recuperar o volume de negócios, sendo que os restantes 41% recuperou volume de vendas, mas ainda em valores baixos”.
Em resultado do atual confinamento geral, “grande parte das empresas estima perder uma parte significativa de volume de negócios, o que terá consequências bastante negativas no tecido empresarial e económico. 36% dos inquiridos estima perder na ordem dos 80% a 100%, podendo estas empresas ficar em risco de sustentabilidade e viabilidade; e 14% dos inquiridos estima uma perda entre os 60% a 80%”, destaca o barómetro.
Quase metade das empresas inquiridas (41%) aponta que a receita atual é a mais baixa desde a abertura de atividade, e 37% apresentam um risco elevado de encerrar. 22% assume um risco moderado, enquanto 3% refere já ter encerrado atividade.
Aliás, 53% das empresas inquiridas afirmaram que a sua liquidez atual não permite manterem-se sustentáveis nos próximos meses – “uma questão preocupante”, segundo a AIRO, que destaca o facto de, “comparativamente às respostas obtidas em setembro, existir um aumento de empresas que afirmam não possuir liquidez sustentável face ao futuro incerto”.
Uma grande parte dos inquiridos aponta que a sua atividade empresarial volte à normalidade num período dentro de 12 a 24 meses, com 48% das empresas a partilhar desta opinião.
O barómetro validou 95 respostas de empresários, que representam os diversos sectores de atividade, com uma predominância do Turismo (38%), comércio (21%) e serviços (19%). Registam-se, ainda, empresas ligadas à indústria (11%), outras atividades (5%), setor primário – produtos alimentares (4%) e sector primário – outras áreas (2%).
No que respeita a disposição geográfica, 41% têm sede no município de Caldas da Rainha, estando as restantes 59% dispersas pelos restantes municípios da Região Oeste.
Este 5º questionário foi aplicado entre os dias 22 de janeiro e 3 de fevereiro de 2021, com o objetivo analisar a realidade empresarial durante o último trimestre de 2020 e início de janeiro.