A doença chegou de mansinho mas impôs-se dura. De tal forma que teve de receber tratamento hospitalar. A recuperar, o cansaço obriga a suplícios para subir escadas. A Covid-19 é para levar a sério, avisa este agente da PSP em Leiria.
Não foi violenta a chegada do vírus à vida de Joaquim Silva, agente da PSP em Leiria. O filho, de 21 anos, também elemento da PSP, mas em Lisboa, foi o primeiro a desconfiar que a Covid-19 lhe batera à porta. Elementos da sua esquadra estavam infetados e como tinha estado com os pais, a gozar uma folga, avisou-os. Estávamos a meio de janeiro. Aos três, o teste ditou resultado positivo. Enquanto o filho apenas desenvolveu sintomas ligeiros, a esposa de Joaquim Silva desenvolveu febre, tosse intensa e dores no corpo.
Joaquim Silva, 53 anos, residente em Chãs, Leiria, não teve uma demonstração agressiva da doença nos primeiros dias. No entanto, de um dia para o outro, de 17 para 18 de janeiro, “aterrei”, conta. A temperatura corporal subiu aos 40,5 graus e a forte dificuldade em respirar tornou-se constante. “Houve uma noite em que mudei de camisola sete vezes, parecia que estava debaixo do chuveiro”, recorda. Ainda resistiu a sobrecarregar as concorridas unidades hospitalares, mas por conselho médico, acabou por se render às evidências. “Abria a boca e o ar não passava, queria falar e não conseguia”. Dia 23 deu entrada nas urgências hospitalares. Esteve internado nove dias.
“A partir do segundo, terceiro dia, a situação começou a melhorar”, conta. Teve alta a 31 de janeiro mas só esta semana poderá deixar o confinamento profilático. Confessa que ainda não está apto a regressar ao trabalho: “sinto-me cansado, parece que se levou uma tareia”. Até aqui saudável, Joaquim Silva provou a dureza da doença. Exorta à adoção de todos os cuidados de proteção individual e que a quem dúvida do impacto da doença diz: “isto é muito mais sério do que muita gente pensa”.