As obras de requalificação da avenida Nossa Senhora de Fátima, em Leiria, têm levantado dificuldades de acesso a viaturas como ambulâncias e veículos pesados de abastecimento ou recolha de lixo, motivando diversas denúncias de moradores reportadas ao REGIÃO DE LEIRIA nos últimos dias.
“Na semana passada, por volta da uma hora da madrugada, foi levada uma senhora numa maca pela avenida até ao João de Deus, porque a ambulância estava estacionada na Marquês de Pombal por não poder entrar aqui”, relata um morador.
“Também a situação do lixo não foi acautelada ao fim de semana. Num dia não vieram buscar e começou a notar-se a acumulação de sacos em frente à Santa Casa da Misericórdia”, adianta o residente, salvaguardando que “as obras tem de ser feitas, mas há que acautelar estas situações, pois nem tudo se desculpa com as obras”.
“De facto os contentores disponíveis para os resíduos do Lar Nossa Senhora da Encarnação são insuficientes e esta situação já foi apresentada à câmara de Leiria, no fim do verão passado, mas sem sucesso”, referiu esta terça-feira, dia 23, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, Carlos Poço.
“Esta alteração provocada pelas obras na avenida Nossa Senhora de Fátima causa-nos outro tipo de problema, que tem a ver com o acesso das viaturas pesadas com os produtos alimentares”, adianta.
As viaturas “não têm local para descarregar, porque foi eliminado um acesso ao lar e dessa forma, especialmente no inverno e com chuva, é muito complicado porque tem que se fazer o transporte manual à chuva em cerca de 50 metros. Este problema foi em devido tempo colocado à câmara também sem qualquer sucesso”, explica o provedor.
Quanto aos outros aspetos, “não existe dificuldade dos bombeiros em aceder às instalações do Lar Nossa Senhora da Encarnação, pois o acesso é feito da forma habitual, quer no acesso ao bloco A, quer no acesso ao bloco B”, e casos de “acamados levados em maca ao longo da rua, por as viaturas não poderem circular na rua nunca aconteceu com o lar”, adianta Carlos Poço.
Em respostas a estas questões, o presidente do município “lamenta os transtornos que a intervenção possa causar”. No entanto, realça “a importância que representa para a melhoria da qualidade de vida após a sua conclusão, para moradores, comerciantes e demais utilizadores do espaço”.
“O município tem acompanhado as situações descritas e mantido diligências junto do empreiteiro no sentido de minimizar ao máximo os impactos que uma intervenção desta envergadura inevitavelmente causa”, adianta Gonçalo Lopes.
“Quanto à recolha do lixo, estamos em articulação com o operador no sentido de solicitar especial atenção para estas artérias”, conclui o autarca.