O Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira (HABLO) abriu uma Unidade Funcional de Cirurgia Ambulatória da Mão e Artroscopia, num investimento de 76 mil euros que permitirá realizar anualmente mais 410 cirurgias, foi hoje anunciado.
A criação da Unidade Funcional de Cirurgia Ambulatória da Mão e Artroscopia do Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira (HABLO) “traduz-se em ganhos a nível assistencial, com a previsão de um aumento de cerca de 410 cirurgias por ano, face ao atualmente realizado pelo Serviço de Ortopedia II” do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), onde esta unidade se integra.
Em comunicado, o Hospital de Leiria informou hoje que a unidade abriu na última segunda-feira, no Hospital de Alcobaça, no distrito de Leiria, cujo Bloco de Ambulatório já vinha sendo utilizado desde janeiro de 2018 para tratamento de “variadas patologias da mão”.
A implementação desta unidade representou um investimento inicial de cerca de 76 mil euros e vai traduzir-se, segundo o CHL, na utilização regular do bloco operatório do HABLO, com equipa cirúrgica.
A nova estrutura “fomenta a produção cirúrgica em ambulatório, diminui gastos cirúrgicos e prestação de cuidados e permite a libertação dos tempos operatórios no bloco para cirurgias mais complexas e cuja colaboração de anestesista seja indispensável”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do CHL, Licínio de Carvalho, citado no comunicado.
Na unidade funcional começou a desenvolver-se a atividade cirúrgica com recurso a técnicas de anestesia local sem garrote, conhecidas como WALANT (Wide-Awake Local Anesthesia and No Tourniquet).
Esta técnica é utilizada no tratamento de patologia tendinosa, traumatologia da mão e, mais recentemente, em patologia nervosa traumática e traumatologia do punho.
“Com o recurso à técnica WALANT houve um aumento de transferências de procedimentos de cirurgia ortopédica e de traumatologia do punho, antebraço e cotovelo, para regime de ambulatório, cujo tratamento era, até então, realizado com recurso ao Bloco Operatório Central”, explicou o coordenador da nova unidade funcional, Carlos Pina.
“Sendo elevado o número de cirurgias realizadas em ambiente WALANT, é possível diminuir a quantidade de material cirúrgico consumível utilizado, bem como o gasto associado às intervenções e aos recursos humanos”, garantiu o mesmo responsável.
De acordo com o CHL, a nova unidade funcional poderá ainda contribuir para “o enriquecimento da atividade de investigação médica e produção científica realizada” e criar condições para que o Serviço de Ortopedia II “possa enriquecer a formação pós-graduada dos internos da especialidade, estendendo-se também à Cirurgia Plástica, com interesse na aprendizagem de técnicas em Cirurgia da Mão e, em particular, da cirurgia sem garrote e com anestesia local” através dos internatos médicos e bolsas da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão.