O Centro de Recuperação Infantil de Fátima (CRIF), instituição de apoio a deficientes, está com dificuldades financeiras e dívidas de 200.000 euros, disse hoje à Lusa o seu presidente, garantindo que não está em causa o encerramento.
“Existem, neste momento, dificuldades financeiras porque os cortes por parte do Estado relativamente à formação profissional e também na parte escolar foram de quase 90 por cento”, afirmou o presidente do CRIF, António Pereira, acrescentando que, em três anos, houve uma redução de “300 000 para 100 000 euros”.
Segundo António Pereira, o decréscimo de receitas obrigou a direção do CRIF “a reconstruir toda a máquina, mas mantêm-se as mesmas despesas, ao contrário das receitas”.
O responsável assegurou que “as dificuldades financeiras estão a ser ultrapassadas”, adiantando que a dívida, há cinco meses, era de “300 000 euros”.
O dirigente referiu que a instituição está a programar várias iniciativas para a recolha de fundos, que designou de “fontes de financiamento extra”, como a angariação de mais sócios ou espetáculos musicais, prevendo-se, por exemplo, a atuação do cantor Quim Barreiros,
Aos encarregados de educação, António Pereira deixa uma mensagem de tranquilidade: “Não se preocupem que, com uma série de atividades que vão avançar, em dois anos teremos tudo resolvido”, declarou.
“Não está em causa o encerramento, nunca esteve nem estará, ninguém tenha medo”, acrescentou, sublinhando a necessidade de “aumentar as receitas e diminuir as despesas”, porque “só assim se vence o fosso de 200 000 euros”.
O presidente do CRIF esclareceu ainda que a instituição dispõe de património e manifestou a esperança de que “a população de Fátima e arredores, que esteve sempre disponível a ajudar a instituição, continue a fazê-lo”.
Sobre os sócios, que admitiu serem “poucos”, António Pereira considerou que a realização de uma campanha é, também, “uma forma de a população ajudar e de sentir a obra como sua”.
O CRIF foi fundado em 1976, tendo iniciado a atividade em janeiro do ano seguinte. Tem atualmente 113 utentes entre os 6 e os 55 anos dos concelhos de Ourém, Leiria, Batalha, Porto de Mós e Alcanena, que se distribuem pelas valências educativa, formação profissional e centro de actividades ocupacionais.