A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira convocaram uma greve, a começar na segunda-feira, na vidreira Santos Barosa, na Marinha Grande, por aumentos salariais de 3,5% e outras reivindicações.
Segundo a declaração de greve, hoje enviada à Lusa, a paralisação arranca às 21:00 de segunda-feira e termina às 13:00 de quarta-feira, e entre os objetivos está o aumento dos salários em 3,5%, do subsídio de refeição e do subsídio de laboração contínua para 25% calculado sobre o valor da remuneração mínima estabelecida para o grupo 8, grupo ao qual está afeto maior número de trabalhadores, explicou a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), Etelvina Rosa.
Por outro lado, os trabalhadores da Santos Barosa, do grupo Vidrala, querem a redução do horário de trabalho de todos os trabalhadores para 35 horas semanais, 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores, o direito ao dia de aniversário, “considerando-o como folga adicional”, a implementação de uma pausa adicional de 10 minutos, para lanche, e a criação do prémio de assiduidade e de diuturnidades a cada cinco anos, para valorização da antiguidade dos trabalhadores.
Na declaração subscrita pela federação e STIV é reclamado também à empresa dedicada ao vidro de embalagem o “pagamento de prémios de produção diários a todos os trabalhadores da secção da fabricação” com valores equivalentes aos praticados na secção da fabricação na Gallo Vidro, outra unidade do grupo Vidrala, também sediada na Marinha Grande, no distrito de Leiria, adiantou Etelvina Rosa.
Entre outras reivindicações, os trabalhadores exigem o pagamento do prémio de Natal e passagem de ano de igual forma para todos os trabalhadores, sem critério de assiduidade, e que seja retomado “o pagamento dos subsídios de alimentação e prémios de produção dos trabalhadores por turnos da forma como era processado anteriormente”, além da “igualdade salarial para todos os trabalhadores de todas as secções onde há diferenças salariais”.
A coordenadora nacional do STIV explicou que a greve na Santos Barosa, unidade “com 504 trabalhadores”, foi uma decisão da esmagadora maioria dos trabalhadores nos diversos plenários”.
“Os trabalhadores estão extremamente descontentes com a forma como a empresa decidiu que este ano não estava disponível para negociar as reivindicações dos trabalhadores”, declarou.
De acordo com Etelvina Rosa, efetuaram-se “três reuniões em que a empresa não considerou, para já, negociar qualquer das reivindicações” e, “ao decidir, de forma unilateral, aplicar 0,5 de aumento salarial, os trabalhadores não aceitaram, tendo em plenários aprovado a greve”.
A Lusa contactou a Santos Barosa que se mostrou indisponível para comentar a greve.