Artistas e estruturas culturais de Leiria estão a preparar o regresso à atividade com vários espetáculos e eventos dedicados ao teatro, cinema, música e outras artes.
Na cidade candidata a Capital Europeia da Cultura 2027, como noutros locais do país, tanto o município como as várias associações e estruturas adaptaram a programação de 2020 que ficou por apresentar e enquadraram o planeamento para 2021 às restrições da pandemia.
“Neste momento de antecipação da abertura dos espaços culturais e salas de espetáculos, assumimos a necessidade de, em primeiro lugar, promover o reagendamento dos espetáculos adiados por causa do confinamento e, em segundo lugar, acolher as produções locais e nacionais que promovam Leiria como região cultural”, afirma a vereadora da Cultura, Anabela Graça, em nota divulgada pelo município.
Sem possibilidade de repetir eventos de grande escala que atraíram milhares de visitantes à cidade nos últimos anos, a programação tem baixas importantes. Uma delas é a proposta mais alternativa que surgiu em Leiria na última década, o Entremuralhas. O festival gótico que projetou a cidade foi novamente adiado pela Fade In para 2022, tal como o festival Monitor, dedicado à música independente.
Mas a associação não ficará parada: se a situação epidemiológica permitir, a 29 de maio começa o Ciclo de Música Exploratória Portuguesa, com uma dezena de concertos até 30 de outubro, na renovada Igreja da Pena do Castelo de Leiria. O programa integra Calhau!, Vítor Rua, Sei Miguel e HHY & The Macumbas.
Outra organização com tradição, o festival Música em Leiria, regressa em abril, com o espetáculo comemorativo dos 75 anos do Orfeão de Leiria, entidade organizadora, agendado para dia 19.
Ainda em abril, a comemoração do 25 de Abril leva à cidade o espetáculo “Que Abril Abriu”, com André Gago, Victor Zamora, Nelson Cascais, José Salgueiro e Pedro Dias, e “Canções de Zeca Afonso”, pelos Índios da Meia Praia.
A cooperativa Ccer Mais, responsável pela editora Omnichord Records, anuncia para abril um novo programa inspirado nas nascentes do rio Lis: residências artísticas transdisciplinares vão inspirar-se na zona onde nasce o rio para criações de natureza variada.
Um dos valores da música de Leiria, Surma, também ligada à Omnichord Records, está a trabalhar em “muitas coisas em variadas áreas e múltiplas colaborações”, que vão “do teatro à dança”, apostando em performances nos concertos.
Já a Orquestra Jazz de Leiria antevê o regresso à atividade com o concerto de Salvador Sobral, adiado em 2020, que aguarda agendamento. Mas a orquestra tem pronta mais uma edição do festival OJL Jazz Sessions, a partir de julho em Leiria, e planeia a gravação do disco de estreia.
No teatro, o grupo “O Nariz” está a desenvolver uma pintura mural na sede, com os artistas Lisa Teles e Nuno Gaivoto, enquanto prepara o regresso do Encontro de Contadores de História.
O evento tem sido sucessivamente adiado desde fevereiro, mas a estrutura tem esperança de realizar a edição de 2021 no fim de semana do 25 de abril, envolvendo seis contadores de Portugal, Cabo Verde, Itália e Brasil em apresentações no Museu de Leiria e duas igrejas de Leiria, a par de uma sessão ‘online’ a partir da Marinha Grande.
Ainda nas artes dramáticas, o Te-Ato estreia mais uma edição do festival Sinopse a 19 de abril, com “Um artista vulgar”, encenação do Teatro Efémero a partir de Kafka. Até meados de maio, há quatro peças e uma conversa.
Também o Leirena Teatro está em ação: em maio inicia a residência artística que vai criar um espetáculo para o festival Novos Ventos, a acontecer entre 15 de junho e 11 de julho em freguesias de Leiria, e também em maio levará “Estado de Exceção versão Aljubarrota 1385” a dez freguesias do concelho de Porto de Mós.
Para maio, a companhia estreia no Castelo de Porto de Mós uma nova proposta pedagógica que cruza teatro, cinema e história.
O Conservatório Annarella Sanchez festejará o Dia Mundial da Dança, a 29 de abril, com “Lago dos Cisnes”.
No campo das artes plásticas, Leiria terá a exposição “Casa comum”, de Sílvia Patrício e Hirondino Pedro, no Banco das Artes Galeria, a 01 de maio, prometendo programação para assinalar a Noite dos Museus, a 15 de maio.
Também a nível de cinema, o desconfinamento chega a Leiria. A organização do Leiria Film Fest revela em abril os filmes selecionados para a oitava edição do festival internacional de curtas-metragens, que volta às salas entre 25 e 30 de maio.
Também o ciclo de cinema documental Hádoc, organizado pela associação ecO, avança para a décima edição, a partir de 20 de abril – um dia depois de abrirem os cinemas – e, após as limitações de 2020, a organização promete um “2.º round do Hádoc contra a covid”.