São duas referências incontornáveis no jazz: o norte-americano Keith Jarrett é um pianista improvisador mundialmente famoso e Mário Laginha é talvez o compositor e pianista jazz português com maior projeção. Esta sexta-feira, 9 de abril, a CAOS – Associação Cultural da Quinta do Rei, de Leiria, convida Laginha para falar da importância de Jarrett, numa sessão online aberta ao público.
O encontro insere-se na programação “Em abril jazz a mil”, que arrancou na semana passada com uma conversa sobre John Coltrane que contou com o saxofonista Ricardo Toscano como convidado.
“Vários de nós gostamos muito de jazz e lembrámo-nos que podia ser interessante criar esta dinâmica de levar o jazz a pessoas que até não estão muito próximas desta linguagem e gostariam de conhecer e descobrir um bocadinho mais”, explica o presidente da associação CAOS.
Alberto Roque, também saxofonista e um dos mais reputados maestros nacionais, puxou então da sua agenda de contactos e, a partir daí, a CAOS montou uma programação de qualidade, em nome da promoção da música jazz. A Ricardo Toscano sucede-se esta sexta-feira Mário Laginha e, nas próximas semanas, há sessões sobre Stan Getz e Miles Davis, sobre os quais falarão Mário Marques e João Moreira.
E porque em Leiria e na região também se faz bom jazz, também a Orquestra Jazz de Leiria é merecedora de destaque, promovendo o trabalho do saxofonista e maestro César Cardoso, igualmente um dos integrantes do programa.
A par das conversas, há música a acompanhar, tanto do artista que dá tema à sessão como, pontualmente, do convidado. É o caso desta sexta-feira:
“No caso do Mário Laginha vamos ter o privilégio de ele estar em casa, de ter o seu piano e de morar numa zona tranquila, pelo que vamos poder ouvir alguns exemplos que ele vai apresentar ao piano. Vai ser uma sessão especial”, antecipa Alberto Roque.
O programa cruzou músicos e compositores mundialmente famosos com convidados que, de alguma forma, estão com eles relacionados. Com Mário Laginha, há “uma particular relação”, sendo Keith Jarrett “um nome que ele admira”, sublinha o presidente da CAOS.
A conversa com Mário Laginha a propósito de Keith Jarrett é dinamizada por um dos associados da CAOS, Gabriel Silva, e tem início agendado para as 22 horas. Para acompanhar, basta seguir a hiperligação Zoom partilhada no Facebook da CAOS.
Nas próximas semanas, valorizando os talentos regionais, “Em abril jazz a mil” convida César Cardoso para falar, no dia 16 de abril, sobre os projetos que dinamiza na região. “Faria todo o sentido ter uma marca regional”, frisa Alberto Roque.
A 23 de abril, o também saxofonista Mário Marques abordará outro nome obrigatório na história da música. “Ele é um apaixonado por Stan Getz e foi, provavelmente, a primeira pessoa em Portugal a tocar uma obra dedicada a Stan Getz, um concerto para saxofone tenor e orquestra. É um dos excertos que vai apresentar na sessão, porque é uma obra muito importante, que retrata o som de Stan Getz num outro registo”.
A par disso, Mário Marques, que é natural de Alcobaça e integra os Saxofínia, “tem a vantagem de mexer o universo do saxofone do jazz e do saxofone do clássico. Pode dar-nos uma perspectiva diferente”, realça o responsável da CAOS.
A fechar o ciclo, a última sessão é dedicada a Miles Davis, e contará com o trompetista João Moreira. “O João é um músico muito versátil e tem um tão vasto e tão grande conhecimento sobre toda a história do jazz, que qualquer trompetista sobre o qual queiramos falar, para ele é tranquilo. Vai ser muito interessante”, antecipa Alberto Roque.