Durante este ano, a totalidade da Linha do Oeste deverá entrar em fase de obra. A estimativa consta da proposta de Lei das Grandes Opções (GO) para 2021-2025, aprovada ontem, 15 de abril, em Conselho de Ministros.
O documento refere que “relativamente aos corredores complementares, espera-se que durante 2021 entre em fase de obra a totalidade das linhas do Oeste e do Algarve”, destacando ainda, “no sector ferroviário para os próximos anos, tal como decorre do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030), o aumento da capacidade e a redução do tempo de viagem ao longo do Eixo Porto – Lisboa, através da construção da nova linha de alta de velocidade”.
De acordo com as GO, os corredores previstos no plano Ferrovia 2020 estão todos em obras este ano, acrescentando que “as intervenções em curso e as obras a iniciar durante o ano de 2021 visam assegurar a interoperabilidade ferroviária”.
Estas intervenções pretendem, no que diz respeito ao transporte de mercadorias, “aumentar a capacidade das linhas, através da construção de estações técnicas, de modo a garantir condições que permitam a circulação diária de maior número de comboios” bem como “criar condições para a circulação de comboios de mercadorias de comprimento até 750 m e reduzir o tempo de trajeto dos comboios de mercadorias”, referem as GO.
O documento destaca para 2021, “o início da exploração ferroviária comercial, com comboios elétricos, na Linha do Minho, entre Nine e Valença, e na Linha da Beira Baixa, no troço entre a Covilhã e a Guarda” bem como várias outras intervenções.
“Encontram-se em curso as obras da nova linha que ligará Évora à fronteira com Espanha, materializando o designado Corredor Internacional Sul”, recordam as GO, dando ainda conta de que as “obras de modernização da Linha da Beira Alta no Corredor Internacional Norte continuarão no troço Pampilhosa/Santa Comba Dão e com a consignação das obras nos troços entre Santa Comba Dão e Vilar Formoso”.
Estima-se também que “todos os troços da Linha da Beira Alta estejam em obra durante o 1.º semestre de 2021”, encontrando-se, por sua vez, “em desenvolvimento os projetos e os procedimentos de contratação de obras com vista à concretização do projeto de Modernização da Linha de Cascais”.
Entre os vários projetos, o documento realça “a construção de uma nova linha de via dupla de alta velocidade para passageiros entre Porto Campanhã e Vigo”, que “viabilizará um tempo de percurso próximo de uma hora, aproximando os dois lados da fronteira, Portugal e Espanha”.
As GO determinam ainda que, apesar “de Portugal possuir uma rede rodoviária moderna e abrangente, continuam a existir necessidades pontuais por suprir, conforme assinalado no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT)”, que passam pelo fecho da malha, promoção da coesão territorial e outras prioridades.
Assim, “estão a ser encetados todos os esforços para canalizar parte dos fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para a concretização dos projetos rodoviários estratégicos identificados no PNI2030 [Programa Nacional de Investimentos 2030]” para que o este ano “fique marcado como o ano de arranque de um período muito importante de investimentos na ferrovia”.