Na Europa com outros hábitos culturais é comum haver espetáculos de ópera, dança ou teatro antes do jantar. Em Portugal esse horário agora imposto pela pandemia é novidade e a excpetativa é alta entre os responsáveis do Te-Ato, que estreia esta segunda-feira, 19 de abril, a oitava edição do Sinopse – Festival de Teatro Ator João Moital. “Estamos um bocado expectantes para saber a reação do público”, admite Miguel Sarreira, que está confiante: “Se resulta noutros lados, aqui talvez não seja totalmente descabido. Estamos a apostar que as pessoas estejam ávidas para ir a espetáculos e voltar à vida normal”.
O programa oferece a Leiria peças do Teatro Efémero, Teatro do Elétrico, Procênio e DRA/MAT – e com um espetáculo logo hoje, dia em que reabrem as salas de espetáculos. “É capaz de ser uma das primeiras peças em Portugal”, lembra o responsável do Te-Ato, grupo de teatro que também está em fase de desconfinamento.
“Nos últimos meses estivemos juntos três vezes, e nem estiveram todos. Até é difícil sentirmo-nos como grupo”, desabafa Miguel Sarreira. Embalado por Sinopse, o Te-Ato retomou os ensaios, “com as devidas distâncias”, porque “precisamos de estar juntos”.
Programa
19 de abril, 19h30
“Um artista vulgar”, pelo Teatro Efémero, no Teatro Miguel Franco (M/14). Kafka inspira a companhia de Sintra, que estreia a nova peça em Leiria
28 de abril, 19h30
“Catamarã”, pelo Teatro do Eléctrico, no Teatro José Lúcio da Silva (M/6). De Ana Lázaro, com encenação de Ricardo Neves-Neves, a relação entre um rapaz, Peixe-Bolha, e uma rapariga, Catamarã, que sonha com o Pacífico
7 de maio, 19h30
“Utopia, Sonho x Realidade”, pelo Núcleo de Artes Procênio, na Sala Jaime Salazar Sampaio (M/14). Um homem que vive na miséria absoluta mas recusa-se a perder os seus sonhos
14 de maio, 19h30
“Caminho Marítimo para a Desgraça”, pelo DRA/MAT, no Teatro Miguel Franco (M/6). O infortúnio daqueles que permitiram os feitos de que nos orgulhamos
21 de maio, 19h30 (entrada livre)
“Encontro de aristocratas”, na Sala Jaime Salazar Sampaio, com Carlos André, um pensador da cultural, e João Moital, patrono do festival
Mais informações sobre cada um dos espetáculos disponíveis no site do Te-Ato.