Uma “colmeia”, com as iniciais e o número mecanográfico de cada um dos 2.300 profissionais de saúde do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), ocupa o novo espaço de lazer inaugurado, esta quinta-feira, no Hospital de Santo André.
O memorial, que “abraça” uma oliveira, pretende homenagear todos os colaboradores pela sua dedicação aos doentes na luta contra a pandemia que já dura há mais de um ano.
“Este espaço onde nos encontramos não é mais do que um registo para memória futura do seu esforço e dedicação, empreendido incondicionalmente durante a pandemia”, frisou Licínio de Carvalho, presidente do conselho de administração, na sessão que assinalou o 26º aniversário do HSA.
O Dia do Hospital ficou ainda marcado pela visita de António Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, às unidades de ambulatório de Gastrenterologia e de Pneumologia, recentemente ampliadas para responder “ao crescimento de procura e de assistência muito significativo” destes serviços.
Os dois projetos, orçados em cerca de 530 mil euros, beneficiaram do apoio financeiro dos grupos CAC – Companhia Avícola do Centro e Lusiaves, respetivamente.
Segundo Licínio Carvalho, o investimento realizado é mais um exemplo do crescimento e esforço de adaptação do CHL ao alargamento da sua área de intervenção, mas continuam a faltar “alguns meios”.
O CHL serve atualmente cerca de 400 mil habitantes de oito concelhos, “não podendo, por isso, estar dimensionado, estruturado e organizado como se mantivéssemos os 250 mil habitantes de até 2011, data da constituição do Centro Hospitalar de Leiria-Pombal”.
Lembrando que nos últimos cinco anos o CHL “perdeu valor e capacidade instalada”, ou seja, “investiu, substituiu e modernizou menos do que somou a desvalorização do seu potencial instalado”, Licínio de Carvalho espera que “os fundos comunitários que devem sustentar o investimento passem e parem por Leiria”.
“Este cenário não é compatível com a sustentabilidade técnica, social e económica do projeto CHL, o que muito nos preocupa”, alertou, pedindo ao secretário de Estado para que mantenha “a linha aberta com o CHL” e promova “todo o apoio adequado e merecedor que devemos ter no seio do SNS”.
Mudanças nas consultas de Pediatria e Psiquiatria
Nas duas unidades de ambulatório, são realizadas consultas, exames e sessões de hospital de dia, entre outros cuidados “que não impliquem que os doentes pernoitem no internamento no hospital”.
No caso da Gastrenterologia, a aquisição de um equipamento de disseção endoscópica da submucosa (ESD) irá “permitir a excisão de lesões tumorais do tubo digestivo” de forma “minimamente invasiva e com menor necessidade de anestesia geral, menor risco de morbimortalidade, maior rapidez e menor tempo de internamento”. “É um tratamento mais invasivo do que fazer uma simples excisão de um pólipo, implica horas de trabalho mas pode evitar uma intervenção cirúrgica”, explicou Licínio Carvalho aos jornalistas, considerando ser “mais um passo na diferenciação do serviço de Gastrenterologia, que é muito jovem, tem dez especialistas, todos com grande potencial”.
Mas há mais investimentos em curso. Ainda no serviço de Pneumologia, está a ser ultimada a instalação de três quartos de pressão negativa, que permitirá, por exemplo, “tratar doentes com tuberculose pulmonar com as devidas condições de segurança e sem qualquer risco de contágio”.
Além deste projeto, estimado em quase 200 mil euros, Licínio Carvalho dá ainda conta da deslocalização da consulta externa de Pediatria, atualmente instalada junto à Consulta Geral, para o piso do internamento da Pediatria. A intervenção em curso orça em mais de 300 mil euros, e permitirá o “regresso” ao hospital da Consulta de Psiquiatria que tem funcionado no Campus 5 do Politécnico de Leiria.