É um desalento ver as nossas vilas e cidades, sem vida, sem alegria, sem encanto. Pessoas sós com semblante petrificado, idosos cabisbaixos sentados no beiral das suas casas, ruas sem gente, praças
desarranjadas e abandonadas, cafés e esplanadas sem gosto, escassas e desajeitadas zonas verdes, sem expressão ou vivalma e comerciantes apaticamente resignados. Acorrentadas à desertificação, solidão, pacatez glacial e condicionadas por um urbanismo agreste, dominado pela desorganização do seu território e pelos carros, as pessoas refugiam-se cada vez mais em suas casas e convivem infelizmente cada vez menos.
Fernando Mota Tavares
Médico
Exclusivo25 de Abril de 2021
Como combater a morte lenta das nossas vilas e cidades
Será que basta “pedonizar” ou criar um espaço verde, para se conceber uma centralidade? Devolver uma vila ou uma cidade aos seus cidadãos implica uma estratégia bastante mais abrangente e arrojada.