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Telhados de vidro

Tudo e mais alguma coisa: “Telhados de vidro”, por Heitor de Sousa

Tudo e mais alguma coisa

Telhados de vidro

Heitor de Sousa
Economista, deputado do BE por Leiria
heitor.sousa@be.parlamento.pt

Os debates televisivos pré-eleitorais mostraram alguns telhados de vidro de um candidato que chegou a dizer publicamente, quando era 1º ministro, “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”.

Cavaco Silva, sempre que se falou do assunto BPN, estalou-se-lhe o verniz. Invocou a sua “seriedade” para dizer que “será preciso alguém nascer duas vezes para ser mais sério do que eu”.

Noutro caso, perdeu as estribeiras ao ponto de dizer não ter “nada a ver com o BPN”. Porfi m, no debate com Manuel Alegre, veio dizer que “todos os esclarecimentos já foram prestados na declaração de rendimentos entregue ao Tribunal Constitucional”, mas não conseguia entender “porque é que a administração da CGD ainda não resolveu este assunto do BPN”, “quando, se fosse em Inglaterra, esse assunto já estaria resolvido”.

Para um economista reputado, confundir alhos com bugalhos, só revela a sua dificuldade. De facto, a Inglaterra não pertence ao euro, pelo que invocar o “exemplo inglês” por parte de alguém que não está sujeito às regras do euro é, no mínimo, demagogia.

Mas, sobretudo, atirar sobre a administração da CGD o ónus da responsabilidade do caso BPN é sacudir escandalosamente a água do capote, de que o próprio Cavaco e família sacaram dividendos significativos, na venda de acções que o amigo Dias Loureiro em “boa hora” providenciou.