O Bloco de Esquerda (BE) vai candidatar à Câmara de Leiria Luís Miguel Silva, defendendo que a capital de distrito “merece mais”.
“Aceitei ser candidato à Câmara de Leiria pelo BE porque considero que Leiria merece mais, pelos leirienses. Merecemos que os fundos públicos sejam empregues de uma forma mais justa e transparente, e não de forma mascarada e para ludibriar a população”, afirmou Luís Miguel Silva, de 31 anos, à agência Lusa.
Licenciado em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, o candidato, atualmente desempregado, trabalhou “durante seis anos numa multinacional como técnico de tratamento térmico de metais”, onde travou “uma luta pelos direitos dos trabalhadores, vindo a ser eleito delegado sindical”.
Aderente do Bloco, Luís Miguel Silva é membro da Coordenadora Distrital de Leiria e esta é a sua primeira experiência no âmbito de umas eleições autárquicas.
O cabeça de lista salientou que se assiste, “constantemente, a atentados ambientais em Leiria”, que “se arrastam há mais de 50 anos”. “Vimos os diferentes executivos dizerem-nos que estão muito empenhados na sua resolução, mas, na verdade, até agora nada foi feito para acabar com as descargas ilegais das suiniculturas nos cursos de água”, referiu, defendendo, por outro lado, uma “cidade mais verde” e “mais soluções de mobilidade”.
Luís Miguel Silva disse que Leiria pode ter “um serviço público de transportes e ter um serviço público de mobilidade que permita ligar a cidade à periferia”.
“Não vamos desistir de lutar pela requalificação da Linha ferroviária do Oeste, pois acreditamos que é a solução, apesar de alguns levantarem como bandeira autárquica a questão do aeroporto civil em Monte Real”, referiu ainda. Considerando que “a via aérea não é a solução de futuro”, Luís Miguel Silva sustentou que a pandemia de covid-19 “veio colocar em cheque essa vertente da mobilidade”, que “não é a solução mais sustentável e mais viável” para a região.
O cabeça de lista do Bloco quer também “mais incentivos à cultura e não apenas para a promoção dos artistas que já são do conhecimento do público”. “Queremos investir na cultura, mas na criação de cultura”, frisou, preconizando, também, a necessidade de reavivar “o espírito de união e entreajuda dos leirienses”, e de haver “cidadãos mais envolvidos e mais participativos, para um crescimento ímpar da cidade”.
Para Luís Miguel Silva, uma vitória seria a eleição como vereador, reconhecendo, contudo, que, “a avaliar pelas últimas eleições, não é uma tarefa fácil”. “Mas acredito que atravessamos um momento em que isso pode acontecer e se os eleitores avaliarem o trabalho que temos feito ao longo destes anos e as conquistas que temos alcançado”, acrescentou.
Sobre o balanço que faz do trabalho do atual executivo camarário, o candidato apontou “procedimentos pouco transparentes e com prioridades” que, no entender do Bloco, “não são as que se exigem neste momento, sobretudo após os impactos que a pandemia trouxe”.
Nesse âmbito, exemplificou com os “300 mil euros em floreiras e árvores na Avenida Heróis de Angola” ou “35 mil euros no estudo estratégico Leiria 2020-2030, que é um compêndio de propostas que têm vindo a ser apresentadas por diferentes partidos na Assembleia Municipal”.
Já a lista do BE à Assembleia Municipal volta a ser liderada por Manuel Azenha, advogado em Leiria e atual deputado naquele órgão autárquico.
Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, o PS manteve a liderança da Câmara de Leiria, conquistando oito mandatos, enquanto o PSD obteve três. São ainda candidatos nas próximas eleições Álvaro Madureira (PSD), o atual presidente da Câmara, Gonçalo Lopes (PS), Luís Paulo Fernandes (Chega) e Fábio Seguro Joaquim (CDS-PP).