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Cultura

Projeto “Traction” revela na Gulbenkian mistura inovadora de ópera e tecnologia

No Auditório 2 da Gulbenkian vão encontrar-se, presencial e virtualmente, solistas profissionais, reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (EPLJ) e ainda os seus familiares a partir de casa, numa primeira amostra pública do novo projeto da SAMP.

É a primeira amostra da novíssima ópera que está a nascer no Pavilhão Mozart do Estabelecimento Prisional de Leiria - Jovens e vai ser apresentada em Lisboa, ligando intérpretes de vários pontos do mundo com recurso a tecnologia de ponta.
A partir do Pavilhão Mozart, no Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens, criam-se pontes que na próxima semana ligam ao Auditório 2 da Fundação Gulbenkian Foto: Joaquim Dâmaso

O programa de inserção social pelas artes “Ópera na Prisão” apresenta, dias 2 e 3 de junho, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, uma amostra do novo projeto “Traction”, juntando, através da tecnologia, solistas profissionais e reclusos, anunciou a organização.

No Auditório 2 da Gulbenkian vão encontrar-se, presencial e virtualmente, Carla Simões (soprano), Cátia Moreso (meio-soprano) e André Henriques (baixo-barítono), reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (EPLJ) e seus familiares a partir de casa, além de intervenientes noutros pontos do mundo.

Segundo a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), de Leiria, esse encontro será possível recorrendo às ferramentas desenvolvidas para “Traction”: utilizando as valências do Pavilhão Mozart, criado na antiga tanoaria da prisão, com “as mais avançadas tecnologias de realidade virtual aumentada”, é possível “aliar a ópera à tecnologia digital”.

A ópera completa será apresentada apenas em junho de 2022, recebendo agora a Gulbenkian a cena “Nós. Vocês. Toda a gente”, uma parte do trabalho já realizado.

Trata-se de uma ópera original, assinada pelos compositores Francisco Fontes, Nuno da Rocha e Pedro Lima, com ‘libreto’ do escritor Paulo Kellerman, desenvolvida a partir de encontros com a comunidade do EPLJ.

Nos dias 02 e 03 de junho, será exibida uma amostra desse, na Gulbenkian, constituindo um “primeiro momento de partilha do processo criativo” em que “todos [são] convidados a cantar, sugerir ideias, comentar”, avança a SAMP.

A intenção é fomentar o “diálogo com os jovens reclusos e suas famílias”, para “tecer a ópera final de 2022”.

Este novo desafio de “Ópera na Prisão” promove a democratização da ópera usando a tecnologia como meio para chegar a novos públicos, fornecendo novas ferramentas para a arte participativa.

O consórcio internacional criado para concretizar “Traction” é liderado pela empresa tecnológica Vicomtech, do País Basco, Espanha, e envolve a SAMP em Portugal.

Participam ainda o Gran Teatre del Liceu de Barcelona e a Irish Nacional Opera, na Irlanda, entre outros parceiros internacionais. 

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