Carlos Caetano, vereador que foi eleito pelo PS, é o cabeça de lista do PSD à Câmara da Marinha Grande e traçou como meta ganhar este município do distrito de Leiria.
“O objetivo é ganhar a Câmara. É uma tarefa difícil, mais pelo preconceito que existe no concelho em votar PSD nas autárquicas. Em legislativas, o PSD já ganhou eleições no concelho”, afirmou à agência Lusa Carlos Caetano, que concorre como independente.
O cabeça de lista considerou que a sua experiência no executivo municipal, onde “não é um principiante, faz a diferença em relação a outros candidatos”.
Com 56 anos, o candidato é técnico de saúde de profissão. Nas eleições autárquicas de 2013, foi eleito membro da Assembleia Municipal pelo PS.
Nas últimas autárquicas, em 2017, foi o número dois na lista do PS à Câmara da Marinha Grande, já como militante socialista, tendo sido eleito vereador e acumulado as funções de vice-presidente.
Carlos Caetano deixou a militância socialista na primeira semana de maio.
Ainda nessa semana, e depois de notícias que davam certa a candidatura pelo PSD, a presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, recandidata pelo PS, assinou o despacho de exoneração do cargo de vice-presidente e de cessação de funções enquanto vereador a tempo inteiro de Carlos Caetano, “por ausência de confiança política”.
A apresentação de Carlos Caetano como candidato independentemente pelo PSD decorreu esta tarde, 29 de maio, na sede do partido na cidade. Na cerimónia foram ainda apresentados Joaquim João Pereira, advogado e provedor da Misericórdia local, como candidato à Assembleia Municipal, e a deputada Margarida Balseiro Lopes como mandatária da candidatura.
O cabeça de lista explicou que aceitou o desafio do PSD por ter “vontade de continuar o trabalho” iniciado no atual mandato, sendo que este foi o partido que lhe deu condições para o fazer.
“Ofereceram-me condições para ser cabeça de lista, para continuar o trabalho que estava a desenvolver. No PS, havia grandes dúvidas, grande incerteza, sobre a constituição das listas e, perante as incertezas e devido à falta de condições que o partido estava a ter, aceitei o desafio do PSD”, declarou.
Garantindo que se coloca “sempre numa posição de cooperação e partilha”, Carlos Caetano explicou que “este foi sempre o papel dos eleitos do PSD na Câmara”.
“Sempre foram parte da solução, nunca foram parte do problema, nos executivos da CDU e PS. E identifico-me com esse tipo de comportamento, de cooperação e parceria”, referiu.
Se for eleito, Carlos Caetano a apontou como “primeiro objetivo terminar a implementação do novo PDM [Plano Diretor Municipal], que é fundamental para o futuro do território”, além de terminar as obras de saneamento e abastecimento de água.
“São obras que iniciei no âmbito dos meus pelouros e que quero ver terminadas”, disse, referindo que outro dos objetivos passa por “trazer respeitabilidade ao órgão municipal”, defendendo que é necessário devolver-lhe dignidade.
À pergunta se teme ser penalizado por concorrer por outra força política, admitiu ser um risco.
“É um risco que corro, sei disso desde o princípio. Mas não é por ter medo de correr esse risco que deixo de dar um passo em frente. Se ficarmos parados, o futuro não acontece”, salientou o agora vereador independente e sem pelouros.
A Câmara da Marinha Grande é liderada pelo PS, que nas autárquicas de 2017, alcançou três mandatos. A CDU e o grupo de cidadãos Movimento pela Marinha (MpM) dividem os restantes quatro lugares na vereação.
A atual presidente da Câmara, Cidália Ferreira (PS), Pedro Luzio (BE), o vereador Aurélio Ferreira (+MpM, que integra os movimentos MpM e +Concelho) e a vereadora Alexandra Dengucho (CDU) são os outros candidatos já anunciados.
com Lusa