O município de Leiria vai procurar instalar na casa onde viveu Eça de Queiroz, na rua Direita, um centro de interpretação dedicado à história literária da cidade. O anúncio foi feito pela vereadora da Cultura, Anabela Graça, durante a reunião de câmara de terça-feira, na discussão do Plano Estratégico Municipal da Cultura.
A proposta foi feita pelo vereador do PSD, Fernando Costa, que considerou “indispensável” avançar com o projeto e concretizá-lo “antes de 2027”. A vereadora acolheu a ideia e explicou ter sido incluído no plano o projeto de criação de um centro de interpretação na casa onde residiu Eça durante a passagem por Leiria, entre 1870 e 1871.
Nesse espaço será dado destaque a “O crime do Padre Amaro”, escrito durante a passagem de Eça de Queiroz pela cidade, mas não só. Anabela Graça explicou que a intenção é criar um “produto compósito eloquente da história literária de Leiria” que englobe também Francisco Rodrigues Lobo, Afonso Lopes Vieira, Miguel Torga e a história da tipografia na cidade, que remonta ao século XV, de forma a criar “um importante roteiro ligado à literatura, de interesse nacional e significativa atratividade”.
“É um dia de alegria para todos nós e penso que para Leiria também”, congratulou-se o vereador do PSD, sublinhando que “Leiria só tem a enriquecer com esta decisão de incluir este centro interpretativo”, preservando “a casa e a memória de Eça de Queiroz”.
A aceitação da proposta do PSD culminou na aprovação por unanimidade do Plano Estratégico Municipal da Cultura para o Concelho de Leiria, documento que a autarquia entende como “um compromisso de toda a comunidade numa visão comum”. O plano, pensado a dez anos, acompanha as exigências de validação da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, propondo “uma visão de longo prazo, que prepare e vá além do ano da celebração de Capital Europeia [da Cultura]”.
O documento terá ainda de ser votado na próxima reunião da Assembleia Municipal de Leiria.