O Festival Literário Internacional do Interior (FLII) arranca na quinta-feira e dinamiza dezenas de iniciativas por sete concelhos da região Centro, homenageando nesta edição os escritores Manuel Alegre, Maria Teresa Horta e Carlos de Oliveira.
O festival, que decorre de 17 a 20 de junho, mas com iniciativas que precedem e sucedem essas datas, vai realizar-se em Pedrógão Grande, Arganil, Condeixa-a-Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra e Tábua, afirmou hoje a coordenadora do FLII – Palavras de Fogo, Ana Filomena Amaral, na sessão de apresentação que realizou-se na sede da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG).
A quarta edição do certame tem como subtema “Literatura, cidadania e liberdade”, homenageando os escritores Manuel Alegre, Maria Teresa Horta e Carlos de Oliveira.
“Achamos que este ano é a prova de que vamos poder continuar a existir, porque quem sobrevive dois anos a uma pandemia sobrevive a tudo o resto”, salientou Ana Filomena Amaral, referindo que todos os eventos serão presenciais, seguindo as regras sanitárias devido à covid-19, havendo ainda algumas sessões que terão também transmissão digital.
Este ano, o festival conta com Ricardo Fonseca da Mota, de Tábua, como escritor residente do evento.
A sessão inaugural do festival vai decorrer em Pedrógão Grande, seguindo-se uma palestra de Paula Mourão, intitulada “Manuel Alegre – Canto, cidadania”.
Exposições, apresentação de livros, debates, momentos musicais e leituras em ambiente escolar são algumas das propostas do festival.
Durante a conferência de imprensa, Ana Filomena Amaral notou que, apesar de pedidos de apoio junto do Governo, a Arte-Via Cooperativa (que tem sede na Lousã que promove o festival) não recebeu “qualquer resposta de nenhum organismo estatal”.
“Num ano em que tanto querem garantir cultura, não tivemos sequer resposta das entidades estatais”, criticou, salientando, no entanto, que o interior “já tem uma aprendizagem muito grande” e que não será a falta dos apoios que faça com que o festival desista.
A vice-presidente da Câmara de Arganil, Paula Dinis, realçou que o seu município abraçou a causa desde o início e que tem feito “um esforço grande” para levar o festival ao seu território, numa iniciativa que procura “chamar as pessoas aos livros e à reflexão”.
Também a vice-presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, realçou a importância de aproximar a literatura não apenas junto dos estudantes mas de toda a comunidade no geral.
“Faz todo o sentido trazer o mundo a estas regiões, onde infelizmente, muitas vezes, o acesso a exposições, música e conversas com autores não existe”, referiu a coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares, Lucília Santos.
Já a presidente da AVIPG, Dina Duarte, realçou que “nem todas as autarquias têm o sentido de Estado de garantir que a cultura seja acessível aos seus”, frisando a importância de promover a cultura em territórios como o de Pedrógão Grande.
O programa do festival está disponível para consulta em www.palavrasdefogo.pt.
Recorde-se que o festival tem como patrono o Presidente da República e para este ano, o festival conta já com a parceria de vários congéneres internacionais: Fraktura (Croácia), FLIPoços (Brasil), Galway Literary Festival (Irlanda), Vilenica International Literary Festival (Eslovénia), Book Worm (China) e Festival de Poesia de Chepén Chepén (Peru), entre outros.
Com Lusa