O Chega candidata Pedro Moreira à liderança da Câmara da Marinha Grande, nas próximas eleições autárquicas, com o objetivo de pôr em destaque o potencial económico do concelho com um olhar para o futuro.
Pedro Moreira admitiu à Lusa ter um “grande desafio” pela frente e aceitou-o pelo “enorme prazer” que lhe dará “contribuir para o desenvolvimento da Marinha Grande, terra onde viveu vários anos e onde ainda mantém laços.
Atualmente a viver em Leiria, por razões pessoais, o cabeça de lista do Chega avisou que “não é isso” que o faz “um candidato menos credível”.
A pandemia que assola todo o mundo está a ter impacto, segundo disse, na “indústria e no emprego”.
“A Marinha Grande merece muito mais. Devemos ser uma cidade tecnológica, uma cidade do futuro”, assumiu, ao lembrar que o concelho é um dos principais exportadores do país, pelo que “deveria ter outra imagem e estruturas mais modernas”.
Pedro Moreira, que é gestor comercial e financeiro, acrescentou que há empresas na Marinha Grande que “faturam milhões de euros e quem atravessa a cidade sem a conhecer não faz ideia do seu potencial”.
O candidato considerou ainda “inaceitável” que ainda existam zonas sem saneamento básico. “Quero ver a Marinha Grande mais desenvolvida e com reconhecimento a nível internacional”.
Com 48 anos, Pedro Moreira é natural de Lisboa e com 16 anos tornou-se militante da JSD, passando pelos cargos de presidente do núcleo e conselheiro distrital da JSD da Trafaria. “Acreditava numa social-democracia, mas vi muitas coisas que não gostava”, disse, ao confessar que com o aparecimento do Chega se começou a “rever mais nas ideias” daquele partido.
“Podemos fazer uma grande diferença não só a nível nacional, mas acredito que também nas autarquias”, afirmou o candidato.
Assumindo-se como “ambicioso”, Pedro Moreira considerou que “não é impossível conquistar a câmara”. Se não conseguir vai tentar garantir “o melhor resultado possível, chegar ao maior número de pessoas” e alcançar “um ou dois vereadores”.
Pedro Moreira revelou que já trabalhou na Alemanha, pelo que tem uma “visão diferente da política” e garantiu que é “possível trabalhar em conjunto com os outros partidos”, sem uma campanha de “bota abaixo”.
Uma das suas principais preocupações são os idosos, pelo que vai procurar ter o levantamento de todos os idosos que vivem na Marinha Grande com um rendimento abaixo de um salário mínimo e meio.
“Há muitos idosos que vivem desamparados. As pessoas não podem ter de escolher entre medicação e alimentação. Não tenho qualquer problema com os estrangeiros, mas devemos zelar primeiro pelos nossos e só depois ajudar os outros”, afirmou.
No entanto, informou que “todos os que vivem na Marinha Grande serão tratados da mesma forma e com a mesma dignidade”.
Nas últimas eleições autárquicas, o PS conquistou a câmara com três mandatos. A CDU e o grupo de cidadãos Movimento pela Marinha (MpM) dividem os restantes quatro lugares na vereação.
A atual presidente da Câmara, Cidália Ferreira (PS), Pedro Luzio (BE), o vereador Aurélio Ferreira (+MpM, que integra os movimentos MpM e +Concelho), a vereadora Alexandra Dengucho (CDU) e Carlos Caetano, atual vice-presidente, mas que irá concorrer pelo PSD, são os outros candidatos já anunciados.
As eleições ainda não estão marcadas, mas prevê-se que ocorram em setembro.