A Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior, que integra municípios do norte do distrito de Leiria – Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande – e de Coimbra, vai iniciar este ano os dois primeiros projetos de recolha seletiva de resíduos urbanos.
O diretor executivo da APIN, Rui Simões, revelou que os dois projetos se destinam a “desviar resíduos que iam para aterro e que têm um potencial para serem aproveitados para composto agrícola de alta qualidade”.
“O nosso objetivo é evitar que 2.500 a 3.000 toneladas de resíduos anuais sejam enviadas para aterro”, salientou o responsável, à margem da apresentação do “Estudo para o Desenvolvimento de Sistemas de Recolha de Biorresíduos na região APIN”, desenvolvido pelo Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade, que decorreu hoje em Penela, no distrito de Coimbra.
Um dos projetos, o BIO-APIN, vai ser implementado nas três freguesias mais populosas do concelho da Lousã, com deposição de resíduos urbanos em ecoboxes e recolha em viaturas específicas e entrega na ERSUC (Sistema de Gestão de Ativos no Tratamento e Valorização de Resíduos Urbanos) para produção do composto agrícola.
No outro projeto, o SIC-APIN, vão ser entregues 27.504 compostores domésticos de 310 litros, mediante requisição dos residentes das restantes 48 freguesias dos 11 concelhos abrangidos por aquela empresa intermunicipal.
Este ano “boa parte do projeto estará concluído”, garantiu Rui Simões, referindo que os dois projetos representam um investimento na ordem de 2,1 milhões de euros, com financiamento em 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
Sobre o estudo dos biorresíduos apresentado na sexta-feira, dia 18, o administrador Luís Matias disse que este documento vai permitir averiguar “quais são as melhores opções de investimento para implementarmos o projeto da recolha seletiva”.
“No nosso território os biorresíduos têm uma importância grande, resultante das limpezas na agricultura e florestas e também dos produtos alimentares, que pesam ainda muito nos resíduos que produzimos”, disse.
O dirigente, que preside ao município de Penela, salientou que é “necessário implementar-se um circuito e um serviço que, pela dimensão e quantidades que existem, se justifica um sistema de recolha seletiva de biorresíduos que possa depois proceder à sua valorização e que deixe de acrescentar um encargo para a própria estrutura dos municípios da APIN”.
“Não havendo a recolha seletiva, vamos ter de estar a pagar pelos resíduos e isso vai permitir, além da sua valorização, reduzir alguns custos com o processamento dos resíduos urbanos”, frisou.
Criada em 2018 para gerir os serviços de abastecimento de água, de saneamento e resíduos sólidos, a APIN agrega 11 concelhos dos distritos de Coimbra (Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penela, Vila Nova de Poiares e Penacova) e Leiria.