A Câmara de Leiria vai apoiar a produção da série televisiva “O Crime do Padre Amaro” com uma verba de 199 mil euros. A deliberação foi aprovada na reunião do executivo de terça-feira com a abstenção dos vereadores do PSD, ainda que no ano passado tenham votado favoravelmente.
Não obstante o esclarecimento de que o apoio correspondia a 16,5% de um bolo total estimado de 1,2 milhões de euros para a realização de seis episódios, e não a 50% de um orçamento global de 400 mil euros – sendo este apenas o montante previsto para despesas com argumento, elenco, equipa de realização, equipa de produção e equipa de guarda-roupa -, Fernando Costa (PSD) considerou “o contributo elevado” e defendeu que deveria ser aplicado, em alternativa, na aquisição da casa que já foi de Eça de Queiroz, junto ao Centro Cívico.
Uma proposta que tem defendido reiteradamente e que a maioria socialista admitiu considerar, tendo incluído o projeto de criação de um centro de interpretação na casa onde residiu o escritor no âmbito do Plano Estratégico Municipal da Cultura.
“Não queremos inviabilizar este projeto televisivo mas o nosso foco é para a aquisição o quanto antes do prédio. Embora tenhamos aprovado o ano passado, achamos o contributo bastante elevado”, frisou Fernando Costa.
Segundo Anabela Graça, vereadora da Cultura, a produção da série, que pretendia assinalar no ano passado os 120 anos da morte de Eça de Queiroz, foi adiada devido à pandemia, tendo a intenção sido agora retomada. A realização irá decorrer em vários zonas da cidade de Leiria – Igreja da Misericórdia, largo da Sé, Fonte das Três Bicas, Castelo, Banco das Artes e rua Direita, entre outras ruas do centro histórico -, e estender-se à Ortigosa, nomeadamente ao Agromuseu D. Julinha, e Cortes.
O acordo com a empresa Volf Entertainment e a Like Creative prevê ainda que o pagamento seja efetuado em cinco prestações e que os figurantes sejam recrutados localmente, informou Anabela Graça, tendo ainda referido que o restante financiamento da série, a exibir na RTP1, será assegurado pela RTP (660 mil euros) e duas empresas (341 mil euros).
A autarquia justifica o apoio com o facto do projeto “complementar as iniciativas implementadas pelo Município, nomeadamente a Rota dos Escritores e a Rota d’O Crime do Padre Amaro, esta última decorrente de protocolo celebrado com a Fundação Eça de Queiroz”.