É uma espécie de reencarnação para a antiga escola da Várzea, na freguesia do Arrabal: encerrou em 2014, mas sete anos depois, amanhã, 2 de julho, reabre portas como Centro de Artes, aposta forte da junta.
“Posso dizer que somos a freguesia mais cultural do concelho de Leiria. Por exemplo, não há nenhuma que tenha duas filarmónicas como a nossa”, frisa a presidente da Junta do Arrabal, Helena Brites, que vê no novo Centro de Artes a solução para potenciar essa “mais-valia artística, etnográfica e patrimonial”.
Mas, nota, “as pessoas, instituições e associações estavam habituadas a criar individualmente, para o seu lugar”, de forma “desarticulada enquanto um todo”. Agora é criado um ponto de encontro, para “colocar as pessoas a trabalhar em conjunto”, de modo que, “através da mediação das artes e da cultura”, possa haver “um reflexo de união entre territórios e entre pessoas”. Não por acaso, há uma equipa de trabalho com “representantes dos diversos lugares” para pensar “da arquitetura à programação”.
Nestes dois primeiros meses, julho e agosto, o Centro de Artes recebe atividades artísticas de verão para crianças (já esgotadas) e em setembro será convocado o movimento associativo para discutir a utilização, a repartir pelas associações, aos fins de semana.
Para já ficam patentes exposições de pintura de Emília Marques e outra dedicada ao espólio da antiga escola primária.
Após o verão abrirá a biblioteca e entram em funcionamento valências como o ensino da dança, inexistente na freguesia, e a academia sénior, dedicada ao teatro, artes plásticas, música e informática. O Centro de Artes do Arrabal terá também uma cafetaria com esplanada e parque infantil.
Depois de concretizado o “esforço unificador” local, a intenção é pensar “uma programação que traga artistas de fora e leve os nossos”. “Queremos, a partir daqui, promover os artistas e a mais-valia da freguesia para fora”, conclui Helena Brites.
Fim de semana recheado de propostas
É um fim de semana bem recheado o primeiro do Centro das Artes do Arrabal. Sexta, dia 2 (19h), há abertura solene com as filarmónicas da freguesia e visita artística pelo espaço, com dança, jazz e inauguração de exposições “Uma década sobre tela”, da pintora Emília Marques, e também uma mostra sobre o espólio e a história da Escola Primária da Várzea. Será ainda inaugurado um mural da autoria de Ricardo Romero.
Sábado servem-se oficinas artísticas para os mais novos, é apresentado o livro de Júlia Ferreira, há Jograis do Soutocico e, à noite, cinema ao ar livre do festival Novos Ventos, que projeta um filme de Jacques Tati.
Domingo, dia 4, há “Encontros com a Natureza” para crianças, pela manhã, teatro comunitário ao longo do dia (11h30 e 16 horas), atuação do Rancho do Freixial às 15 horas e, às 21 horas, “Hamlet”, do Chapitô, também pela mão do festival Novos Ventos (para este último espetáculo é necessária reserva pelo telemóvel 911 989 754 ou e-mail geral@leirenateatro.pt).