O gestor Carlos Pinto Machado encabeça uma candidatura independente à presidência da Câmara de Óbidos, apoiada pelo Partido da Terra e pelo Partido Republicano.
O “vazio de ideias e de ações” que considera marcar “um ciclo de 20 anos em que uma ‘geringonça’ liderada pelo PSD e coadjuvada pelo PS governou o concelho” levou Carlos Pinto Machado a avançar para a disputa da Câmara com uma candidatura designada “O nosso partido é Óbidos”.
Para o cabeça de lista da candidatura, os 20 anos de governação PSD geraram “um saldo pouco positivo para a maioria da população e para o território”, com uma população “maioritariamente rural e envelhecida, que sobrevive com reduzidas pensões rurais e de sobrevivência, carente de apoio médico, ao nível da assistência médica de clínica geral e, em muitos casos, de apoio alimentar”.
Já os mais jovens, acrescenta, deparam-se com a inexistência de “formação profissional adequada” e com “pouca oferta de habitação ajustada às suas possibilidades”, o que os “obriga a sair da sua terra para trabalhar, abandonando o concelho e atrasando o evoluir da sua vida familiar”.
Daí que das linhas programáticas a implementar, se for eleito, destaca a necessidade de requalificar as freguesias, dotando-as de “habitação a custos controlados, com rendas económicas destinadas preferencialmente a primeira habitação para jovens, aumentando assim a população permanente”.
Carlos Pinto Machado defende ainda a criação de políticas municipais facilitadoras do investimento empresarial e geradoras de emprego, através do desenvolvimento de um programa de benefícios fiscais, o aproveitamento das infraestruturas municipais subaproveitadas (como antigas escolas primárias), o alargamento do parque industrial, a criação de um centro de formação profissional com cursos técnicos e a revitalização e dinamização do Parque Tecnológico, que considera estar “subaproveitado e mal gerido”.
Ao nível do turismo propõe-se “criar dinâmicas promocionais que visem atrair turismo de qualidade para que [o turista] permaneça no concelho por mais do que um dia, utilize as estruturas de alojamento existentes, desenvolva a restauração, a animação turística e o comércio local”.
Óbidos é “um concelho magnifico, com história, com praias, com uma lagoa, com floresta, que está mal gerido, mal divulgado”, acrescenta o candidato, que considera “imperativo alicerçar estas dinâmicas no fortalecimento da marca ‘Óbidos’ associada à marca ‘Portugal’, como destino turístico de excelência no mundo”.
As propostas do candidato passam ainda por criar a figura do “médico municipal”, medidas de apoio e incentivo à natalidade e um centro de gestão agrícola, bem como pugnar por uma gestão dos lixos incentivadora da sua correta separação e pela “realização de campanhas de sensibilização para a redução do consumo de plástico da população, redução da utilização do papel nos serviços municipais e empresas”, entre outras medidas.
Carlos Pinto Machado tem 55 anos, é formado em Gestão e empresário. Com uma carreira de cerca 25 anos no sector financeiro, em instituições estrangeiras de dimensão mundial, tem experiência na área da banca, de parcerias e protocolos de cooperação, banca de retalho, de análise de risco, controlo de gestão, controlo operacional, entre outras.
Foi fundador da concelhia do CDS-PP em Óbidos, onde foi dirigente local, tendo sido também dirigente distrital e conselheiro nacional do partido, de que acabou por se desvincular.
Foi candidato do CDS-PP à Câmara de Óbidos, em 2013 e 2017, não tendo sido eleito.
Na corrida à Câmara de Óbidos estão ainda Sabino Félix (Chega), Filipe Daniel (PSD), Paulo Gonçalves (PS), João Paulo Cardoso (BE) e Luizinho Leal (CDU). A Câmara de Óbidos é presidida pelo social-democrata Humberto Marques que, em meados de 2020, anunciou a intenção de não se recandidatar.
O executivo integra ainda três vereadores do PSD e três do PS.
As eleições autárquicas foram marcadas para o dia 26 de setembro.