A peregrinação internacional aniversária de agosto, que hoje começa no Santuário de Fátima, limitada a 15 mil fiéis nas celebrações devido à pandemia de covid-19, é presidida pelo arcebispo do Luxemburgo, onde 15% da população é portuguesa.
Esta peregrinação integra a peregrinação nacional do migrante e do refugiado, no âmbito da 49.ª Semana Nacional de Migrações, que começou dia 8 e termina no próximo domingo.
A semana tem como tema “Rumo a um nós cada vez maior”, o título da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se assinala em 26 de setembro.
A peregrinação, considerada como a peregrinação dos emigrantes, começa às 21h30 com a recitação do terço, seguindo-se a procissão das velas e a celebração da palavra.
Na sexta-feira, às 9 horas é recitado o terço, realizando-se, uma hora mais tarde, a missa, que inclui uma palavra dirigida aos doentes. As celebrações terminam com a procissão do adeus.
Esta é a segunda vez que o arcebispo do Luxemburgo, o cardeal jesuíta Jean-Claude Hollerich, preside a uma peregrinação aniversária no Santuário de Fátima, depois de o ter feito em agosto de 2013.
O arcebispo do Luxemburgo, país onde dos cerca de 634.700 habitantes 94.300 são portugueses, é também o presidente Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia e foi nomeado pelo Papa Francisco relator geral da 16.ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos de 2023.
À agência Lusa, a porta-voz do Santuário de Fátima, Carmo Rodeia, referiu que se vive ainda num contexto de pandemia, pedindo “muita responsabilidade” aos peregrinos e para que respeitem as indicações dos acolhedores à entrada do templo, mantendo o distanciamento físico, sobretudo as pessoas que não coabitam no mesmo agregado familiar, e usem máscara permanentemente.
“Todas as cautelas e todos os comportamentos de segurança são-nos devidos e para podermos celebrar juntos a nossa fé e fazê-lo em segurança temos de, de facto, observar estas regras”, sublinhou Carmo Rodeia, realçando que o santuário “tem feito da sua parte todos os esforços para que as condições de segurança no acolhimento aos peregrinos sejam efetivas”.
Assinalando que esta peregrinação é especial para os emigrantes portugueses, Carmo Rodeia referiu que “continuam a vir ainda de uma forma mais expressiva em agosto de férias a casa e o regresso a casa significa, também, o regresso a Fátima, seja numa peregrinação de ação de graças, seja numa peregrinação para retomar forças e cumprir aquele que também já é um hábito”.
A porta-voz adiantou que a Igreja Católica Portuguesa desde 1973, “devido à presença massiva de emigrantes nesse ano e nos anos anteriores” em Fátima, considerou que “este era o momento da grande peregrinação dos emigrantes a Fátima”, sendo que há quase cinco décadas que a Obra Católica Portuguesa de Migrações e a Conferência Episcopal Portuguesa consideram que este é, também, “o momento para assinalar a semana nacional dos migrantes” e, portanto, a peregrinação nacional dos migrantes, acrescentando “todas as pessoas que vivem esta enorme mobilidade”.
A peregrinação assinala “a quarta aparição, a única que não aconteceu na Cova da Iria e que aconteceu no dia 19 [de agosto de 1917] nos Valinhos”, e inclui, na missa de dia 13, a oferta de trigo, iniciativa que começou há 81 anos pela Ação Católica de Leiria, acrescentou Carmo Rodeia.