É considerada uma das quatro variantes de SARS-CoV-2 classificadas pela Organização Mundial de Saúde como mais preocupante. A variante Gama foi descoberta em Manaus, no Brasil, em janeiro de 2021, e identificada por uma equipa liderada por um leiriense, Nuno Faria.
Zika, HIV, ébola, chikungunya e febre amarela são os vírus a que este investigador se tem dedicado. Desde 2020 que juntou o SARS-CoV-2 e, mais recentemente, a variante Gama, através do Projeto CADDE (Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus), que junta a Universidade de São Paulo com a Universidade de Oxford, onde Nuno Faria dá aulas e integra a equipa do Imperial College.
No decurso do trabalho desenvolvido, os investigadores integrados no CADDE têm sido elementos importantes para a resposta ao combate à pandemia, tendo em conta as experiências adquiridas anteriormente em saúde pública, quer pelo Zika, em 2015, quer pelo surto de febre amarela, em 2017.
O estudo aprofundado do vírus e das suas mutações, as taxas de transmissão e o potencial de infeções mais graves foram alguns dos aspetos abordados pela equipa do virologista leiriense. Foi ainda possível desenvolver dados sobre melhores estratégias de rastreamento e tratamento de novas variantes, divulgando a informação à escala internacional, de forma a adotar medidas de restrição relacionadas com viagens, períodos de quarentena, vacinação ou outras estratégias de redução de transmissão.
Além da variante Gama, também as variantes Alfa (Reino Unido), Beta (África do Sul) e Delta (Índia) são classificadas como de preocupação pela OMS e estiveram e/ou estão presentes em Portugal, com transmissão comunitária.