A taxa de incidência de infeções com SARS-CoV-2 nos últimos 14 dias a nível nacional e o índice de transmissibilidade (Rt) continuam hoje a subir, fixando-se, respetivamente nos 84,3 casos por 100 mil habitantes e em 1,01.
Segundo o boletim epidemiológico conjunto da Direção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulgado esta segunda-feira, a nível nacional a taxa de incidência subiu de 84,2 para 84,3.
Em Portugal continental, este indicador registou também uma subida passando dos 84,4 para 84,7 casos por 100 mil habitantes.
O Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – voltou também a subir relativamente aos valores registados na sexta-feira, passando a nível nacional de 1 para 1,01 e em Portugal continental de 1 para 1,02.
Os dados do Rt e da incidência de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias – indicadores que compõem a matriz de risco de acompanhamento da pandemia – são atualizados pelas autoridades de saúde à segunda-feira, à quarta-feira e à sexta-feira.
De acordo com o portal do Governo para a covid-19, “a monitorização da evolução da pandemia continuará a ser feita com base nos indicadores de incidência e Rt, adaptados de acordo com a evolução da vacinação (nível de alerta é de 240, nível de risco é de 480)”.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.100 pessoas e foram contabilizados 1.080.097 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
Rastreios no 3.º ciclo com positividade abaixo dos 0,1%
Os rastreios realizados nas escolas do 3.º ciclo no âmbito do início do ano letivo terminaram na sexta-feira com mais de 215 mil testes e uma taxa de positividade abaixo de 0,1%, indicou, esta segunda-feira, o Ministério da Educação.
“Os alunos do 3.º ciclo do ensino básico foram os últimos a serem testados, tendo sido realizados mais de 215 mil testes, com uma taxa de positividade significativamente baixa (0,09%)”, refere o comunicado do Ministério da Educação.
A realização de rastreios à covid-19 na comunidade escolar foi uma das medidas implementadas no início do ano letivo e ao longo de mais de um mês envolveu docentes e não docentes de todos os níveis de ensino e os alunos do 3.º ciclo e secundário.
O processo de testagem arrancou em 06 de setembro, com os profissionais das escolas. Entre 20 de setembro e 01 de outubro foram testados os alunos do secundário, terminando com o 3.º ciclo entre 04 e 15 de outubro.
No total, foram realizados cerca de 595 mil testes, entre os quais cerca de 180 mil funcionários e perto de 200 mil alunos do 10.º ao 12.º ano de escolaridade.
A taxa de positividade entre os alunos do 3.º ciclo foi a mais baixa, seguindo-se os resultados entre os trabalhadores (0,12%) e os alunos do secundário (0,15%).
Terceira dose da vacina “é essencial” para pessoas vulneráveis
Uma terceira dose da vacina contra a covid-19 “é essencial para garantir proteção aos mais vulneráveis”, como pessoas idosas ou com imunidades mais baixas, realçou em Lisboa, o diretor da Organização Mundial da Saúde para a Europa.
“Não temos evidência para a generalizar na população”, sublinhou Hans P. Klüge, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita guiada à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, na capital.
Em visita oficial a Portugal, segunda e terça-feira, o diretor regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) frisou ainda que administrar a terceira dose em alguns “não pode ser vista como tirar algo” a outros.
“Temos de fazer tudo ao mesmo tempo: garantir que todos obtêm a primeira e a segunda doses e, entretanto, na região da Europa, dar a terceira dose às pessoas mais vulneráveis”, defendeu.
O diretor regional da OMS congratulou o Governo português – e a ministra da Saúde, Marta Temido, em particular –, por terem conseguido uma “elevadíssima taxa de vacinação”.
Recordando que “em 35 dos 53 países” que integram a região Europa da OMS se está “a assistir a uma estabilização da vacinação”, Hans P. Klüge salientou: “Portugal, ao contrário, está a fazer um ótimo trabalho.”
Esse “bom resultado”, acredita, resulta de “um forte sistema de saúde primário e, claro, de uma forte liderança política”.