Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça e natural da Nazaré, e José Mattoso, natural de Leiria, são dois dos promotores da jornada em memória das vítimas da covid-19 que arrancou ontem, sexta-feira, e se prolonga até domingo.
Ao longo destes dias vão acontecer centenas de iniciativas por todo o país e amanhã, último dia da jornada, os promotores apelam a um minuto de silêncio, às 14 horas.
A região de Leiria junta-se à iniciativa com cinco eventos a acontecer em concelhos do distrito de Leiria e no concelho de Ourém e que podem ser consultados em https://memoriaeesperanca.pt/iniciativas/.
Em resposta ao desafio colocado pelo manifesto “Memória e Esperança”, promovido por um grupo de 100 pessoas de várias áreas e que recebeu o apoio do Presidente da República, as iniciativas realizam-se, sobretudo, nas escolas, mas também nas juntas de freguesia, disse à agência Lusa o jornalista Jorge Wemans, da comissão promotora da “Jornada de memória, luto, e afirmação da Esperança”.
Jorge Wemans adiantou que a resposta ao desafio feito pelos promotores “superou todas as expectativas”, com mais de 150 iniciativas registadas no ‘site’ “memoriaeesperanca.pt” pelas mais diversas entidades de todo o país, “mas serão o dobro ou o triplo”, porque não era obrigatório fazer o registo das atividades.
“Acreditamos que durante estes três dias haverá de facto uma expressão pública muito interessante e nós não queremos, e não podemos esquecer o que vivemos durante a pandemia e afirmamos a esperança de que temos necessariamente que caminhar em direção a uma sociedade menos desigual, mais capaz de aproveitar as qualidades e tudo quanto constitui a força de cada um de nós”, declarou.
Segundo Jorge Wemans, as iniciativas que visam fundamentalmente homenagear as vítimas, lembrar todos os profissionais dos diversos setores, como os da saúde, que mantiveram a “sociedade viva durante os tempos de confinamento” e, sobretudo, “sublinhar a esperança num futuro melhor”.
Ao final da manhã de sexta-feira, a Assembleia da República aprovou um voto de solidariedade e felicitação pela convocação desta jornada.
Às 14 horas de domingo, a população é desafiada a parar e fazer um minuto de silêncio.
“Este minuto de silêncio servirá para, mais uma vez, tomarmos consciência de que temos razões para acreditar que, se uma sociedade foi capaz de se unir para vencer uma pandemia, é também capaz, de alguma forma, de ir muito mais longe para construirmos uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária”, sublinhou.
A cerimónia de encerramento da jornada será presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que “acompanhou de perto a iniciativa”.
“Vai estar connosco no encerramento desta jornada no domingo por volta das 18 horas nos terrenos anexos ao Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde vamos plantar uma árvore, a que chamaremos a Árvore da Memória”, salientou.
O grupo que apresentou esta proposta é composto por pessoas de várias áreas, figurando entre elas músicos, atores, escritores, médicos, políticos, jornalistas, juristas, entre outros.
A escritora Alice Vieira, o psiquiatra Daniel Sampaio, o humorista Bruno Nogueira e os músicos Pedro Abrunhosa e Rui Veloso outros promotores desta jornada.
RL com Lusa