A Câmara de Leiria deliberou hoje aceitar da Infraestruturas de Portugal troços de quatro estradas nacionais, numa extensão de 47,108 quilómetros, e em contrapartida 2,7 milhões de euros para a sua recuperação.
O vereador com o pelouro das Obras Municipais, Ricardo Santos, explicou que se trata de troços das estradas nacionais 109 (em toda a extensão do concelho de Leiria), 109-9 (de Monte Redondo até à Praia do Pedrógão), 350 (da Rua Paulo VI, em Leiria, até ao cruzamento da Estrada Regional 357, na Caranguejeira) e a 349 (das Várzeas até à saída da vila de Monte Real).
“O objetivo é integrá-las na rede municipal”, declarou, admitindo, numa fase seguinte, que “possam ser avaliados outros troços de estradas nacionais” para a sua entrega à autarquia.
Segundo Ricardo Santos, “é extremamente positivo estas estradas passarem para a gestão do município”, destacando a legitimidade que a Câmara passa a ter “para intervir onde é necessário”, atendendo à “segurança rodoviária de peões e condutores”.
O vereador referiu que no âmbito dos dois acordos de mutação dominial para os quatro troços com a empresa Infraestruturas de Portugal vai ser atribuída à Câmara um valor de 2,7 milhões de euros que “resulta de uma avaliação feita pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes]”.
Por seu turno, o presidente do município, Gonçalo Lopes, salientou que os acordos “resultam de uma negociação já com alguns meses” e reconheceu o “estado muito mau de algumas vias”.
“É preferível termos a estrada do nosso lado em vez de estar 10, 15, 20 anos à espera [de intervenção]”, afirmou, garantindo que o dinheiro “será aplicado nas zonas onde forem definidas com as juntas de freguesia as áreas mais prementes, que deverão ser as zonas mais urbanas e onde existem mais problemas de segurança rodoviária”.
Gonçalo Lopes (PS) admitiu que a verba “é insuficiente para resolver todos os problemas destas estradas, mas é preferível começar agora do que nunca começar”, frisando que este é um “ato de compromisso”.
A oposição, que votou favoravelmente os acordos, fez saber por Álvaro Madureira (PSD) que considera positivo que “o município fique com este património”.
Reconhecendo ser “mais um encargo” e “manter as vias é mais uma preocupação”, Álvaro Madureira salientou que “também dá autonomia para resolver algumas situações”.
“Temos esta flexibilidade, para ir melhorando os nossos itinerários. O município e os munícipes ficam a ganhar”, considerou o social-democrata.