“Futuro” é o nome da escultura instalada ontem, quinta-feira, no jardim da Almuinha Grande. Assinada por Ricardo Romero, a peça, constituída por duas figuras – uma mulher e uma criança -, tem cerca de 6,5 metros de altura e 3,7 metros de diâmetro.
A Câmara de Leiria, que encomendou a obra em fevereiro deste ano por cerca de 30 mil euros (IVA incluído), colocou a peça sem comunicação oficial, tendo Gonçalo Lopes, presidente da autarquia, dado conta da sua instalação através da sua página pessoal no Facebook.
Na publicação, o autarca adianta que a obra pretende passar, no atual contexto pandémico, “uma forte mensagem de resiliência e de determinação de Leiria na construção do futuro e do papel que as novas gerações representam nesse caminho”.
Aquando da aprovação da proposta para a criação da peça, que suscitou alguma polémica, Ricardo Romero explicou a escolha do material utilizado – poliestireno expandido e resina epoxi – pela sua resistência às intempéries e durabilidade, características comprovadas pela sua utilização na indústria náutica.
A peça, que assenta numa base de aço enterrada no solo, possui ainda uma estrutura interior em aço, tendo sido modelada em poliestireno expandido e “revestida com uma mistura de fibra de vidro e resina acrílica unicolor”.
Segundo o artista, a peça – que retrata duas pessoas de gerações diferentes que caminham lado a lado, de mãos dadas na mesma direção – pretende reforçar a ideia de que “Leiria é uma cidade em movimento e desenvolvimento cultural”, a importância do diálogo intergeracional, através de “uma linha temporal que interliga passado, presente e futuro num momento só”.
O futuro e as preocupações ambientais estão ainda retratadas no vaso com uma árvore que a criança leva na mão.
Gonçalo Lopes assumiu então a opção do convite ao artista pelo seu currículo e experiência neste tipo de projeto.
Quanto ao preço, o autarca disse ainda no início do ano não ter dúvidas de que “a peça vale mais do que isso”. “No valor do trabalho não está só o valor dos materiais”, acrescentou, explicando que o convite foi feito antes do verão de 2020 e pretendia assinalar a esperança e a recuperação económica e social do concelho num ambiente pós- pandemia.
“Não se antecipava que ainda estaríamos a viver uma terceira vaga com esta dimensão e tínhamos a expectativa que esta peça representasse o fim de uma etapa e o início de uma nova vida no contexto mundial”.