O percurso do festival Impulso, nas Caldas da Rainha, é mais um exemplo de como se pode contornar a pandemia e ser “um sucesso”.
Após uma primeira edição no Centro da Juventude, o festival deu o salto em 2019 com mais de 40 concertos no Parque D. Carlos I e, em 2021, mudou-se para o Centro Cultural e Congressos (CCC).
Apesar das restrições colocadas pela pandemia, registou uma ótima afluência e conseguiu atrair muitos jovens, contrariamente às especificidades do público do CCC, evidencia Nuno Monteiro, da organização. Até agora, “temos tido entre 300 e 400 pessoas em muitas das datas”, revela.
Este sucesso repercute-se a nível europeu com a nomeação em várias categorias para os Iberian Festival Awards, prémios que distinguem os melhores festivais da Península Ibérica.
Feito por alunos, ex-alunos e professores da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) das Caldas da Rainha, Impulso volta a ter, este ano, um ciclo menos festivo, mas que promete música eletrónica, fado, canções em português e a exibição de oito documentários nacionais e internacionais, numa parceria com o Mestrado em Artes do Som e da Imagem, da ESAD, e o DocLisboa.
Todos os meses, cada concerto, às 21h30, é precedido por uma sessão de cinema, igualmente no CCC, com início às 17h30. Trata-se de filmes que “constroem olhares sobre paisagens diversas” e “pensamentos sobre as consequências de grandes movimentos, como revoluções e migrações”, numa viagem entre passado e futuro. Cada exibição inclui conversa com os realizadores.
Esta nova temporada, explica Nuno, começa já a “abrir portas” para o “festival grande”, a realizar em maio. “Já começamos a cruzar coisas mais experimentais com coisas mais estabelecidas, mainstream”. O objetivo é continuar a apostar na diversidade de programação e voltar a “uma coisa mais de festa e extroversão” com concertos ao ar livre no Parque D. Carlos I.
Agora como associação cultural, o Impulso sonha continuar a crescer de forma sustentada, redefinindo objetivos a cada edição mas sempre com a ambição de “trazer coisas novas às Caldas da Rainha”.
Programa
20 de janeiro
Impulso 2022 arranca com Rita Vian, cruzando ritmos urbanos e notas de fado. Depois, há a pop-rock etérea dos Cassete Pirata, com o novo “A Semente”.
18 de fevereiro
A banda Fumo Ninja apresenta-se ao público pela segunda vez, seguida da performance audiovisual “Abrupt” pelo coletivo Berru e o artista sonoro Cláudio Oliveira – Dust Devices.
25 de março
A noite começa com atuação da cantora e compositora de folk-rock, Filipa Marinho, que apresenta alguns dos temas mais recentes como “Ghost Notes”. Depois é a vez do ex-vocalista dos Ornato Violeta, Manel Cruz, subir ao palco do CCC para dar vida ao álbum “Vida Nova”: disco composto maioritariamente no ukelele (viola pequena) e que preconiza o regresso às origens.
21 de abril
Para abril, estão reservados três concertos: da cantora e compositora Ana Lua Caiano, que leva às Caldas da Rainha um espetáculo a solo com músicas tradicionais portuguesas adaptadas ao “mundo moderno, eletrónico e tecnológico”. Segue-se o trio Vaiapraia, projeto de Rodrigo Vaiapraia, numa ode aos movimentos punk riot grrrl e queercore.
A programação deste dia encerra com o universo queer de Odete, que imprime nos seus temas a experiência enquanto mulher trans, abordando limites entre as esferas pessoal e política, sobre silêncios e quebras.
Todos os concertos acontecem às 21h30. Os bilhetes custam 10 euros e estão disponíveis aqui.
Mais informações em www.festivalimpulso.pt.