A gripe é a causa predominante para a situação das dezenas de jovens que desde ontem acorreram à Urgência Pediátrica do Hospital de Santo André, em Leiria, queixando-se de febre, tosse e dores musculares.
O caso ganhou uma dimensão mais pronunciada pelo facto de ontem ter começado a ser difundida, nas redes sociais, a indicação de que os jovens estariam a ser afetados por casos de Legionella.
Muitos dos jovens afetados terão em comum o facto de terem estado na discoteca Império Romano, no sábado e na segunda-feira, para celebrar o Carnaval.
Desde essa altura, as autoridades de saúde foram informando não existir qualquer caso confirmado de Legionella, o que não evitou que o rumor alastrasse ao ponto de ter figurado no top dos assuntos mais abordados na rede social Twitter durante o dia de ontem, em Portugal.
E durante o dia de hoje, o termo “Império” continua a figurar entre os mais utilizados nessa rede no nosso país.
O estabelecimento de diversão chegou a emitir um comunicado a dar conta de estar em “estreita colaboração” com a Autoridade de Saúde para averiguar o fundamento dessas indicações que se multiplicaram nas redes sociais.
Todavia, o único surto de Legionella confirmado, era o que era alimentado pelos rumores nas redes sociais.
Ao início da tarde desta sexta-feira, dia 4, ao REGIÃO DE LEIRIA, Rui Passadouro, delegado de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL), fazia o ponto de situação: “foram feitos testes de covid a 76 [pessoas] e sete estavam positivos”.
Acrescentou ainda que “foram feitas 32 zaragatoas para pesquisa do vírus Influenza e vieram 26 positivos”.
Este facto leva as autoridades de saúde a considerar que deverá ser o vírus Influenza A, isto é, Gripe A, a causa predominante na origem dos casos que acorreram às urgências.
Pelo contrário, continua por detetar qualquer caso de Legionella. Rui Passadouro adianta que são esperados para hoje os resultados da pesquisa de Legionella na discoteca, mas “essa hipótese está descartada” porque em nenhum caso houve resultado positivo à Legionella.
Assim, Rui Passadouro aconselha que os casos que venham ainda a surgir sejam acompanhados como sendo a gripe a que as pessoas estão acostumadas.
“As pessoas estão habituadas a lidar com gripe, só se procura ajuda médica se com o que podemos fazer em casa, com o uso do paracetamol para diminuir a febre, começarem com sintomas respiratórios mais complicados”.