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SOS Ucrânia

Imigrantes ucranianos traduzem notícias do REGIÃO DE LEIRIA

O REGIÃO DE LEIRIA criou na página do jornal a secção “SOS Ykpaïha”, com artigos sobre os apoios à comunidade e testemunhos de refugiados, traduzidos para ucraniano. Três jovens nativos
ajudam na tradução.

Diana Naryzhenko, Denys Yaremko e Halyna Zhuravel

Um contributo solidário para com a comunidade ucraniana que vive na região de Leiria e não só. É assim que Denys Yaremko, Diana Naryzhenko e Halyna Zhuravel olham para o convite do REGIÃO DE LEIRIA para ajudarem na tradução, de português para ucraniano, das notícias sobre a guerra na Ucrânia, publicadas na página de internet do jornal.

Diana explica que aceitou o desafio “para as pessoas terem acesso à informação e informação verdadeira”. Natural da Ucrânia, veio para Portugal em 2007, com 13 anos, viveu em Porto de Mós e agora está em Almada.

Conta que a integração foi complicada “porque não sabia falar português” e deixou para trás “uma vida bastante ativa na Ucrânia”, onde frequentou escolas de música, dança e tinha muitos amigos. No país Natal deixou primos, a avó paterna, os sogros, a cunhada e os amigos de infância, que são agora fonte de preocupação.

“Neste momento, por enquanto, nas cidades para onde eles conseguiram fugir está minimamente calmo, mas se a situação mudar, claro que vão ter que fugir e nós vamos receber aqui o máximo de pessoas que conseguirmos”, declara.

Halyna é tradutora de profissão e não hesitou em aceitar o pedido do nosso jornal: “Fico muito feliz por as nossas pessoas terem acesso às notícias na sua língua materna e não apenas na língua portuguesa, principalmente aquelas que têm barreiras linguísticas”, afirma.

Vive em Leiria há 11 anos, número que corresponde também à idade que tinha quando chegou. Halyna recorda a “adaptação horrível” devido ao bullying, físico e psicológico, que sofreu entre o 7º e 9º ano. Só a partir do 10º ano, com a mudança de turma e de escola, o cenário melhorou. “Senti muita xenofobia”, lamenta.

No entanto, nos últimos anos, já tinha assumido Portugal como a sua primeira casa. Tudo viria a mudar com a invasão da Ucrânia. “Foi aí que senti que estão a bombardear a minha casa, a invadir a minha casa, a matar as minhas pessoas”, aponta. É através do voluntariado que encontra algum consolo.

Denys já não se lembra bem do tempo vivido na Ucrânia, o que é natural, dado que tinha apenas 3 anos quando chegou a Leiria, com os pais. Tem 21 anos e está a terminar a licenciatura em Comunicação e Media do Politécnico de Leiria.

Sobre os últimos dias confessa que “têm sido assustadores”, mas os seus familiares, que são de Lviv, “ainda estão longe do conflito”. Na Ucrânia tem os avós, tios, “praticamente toda a família”.

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