As obras de requalificação da rua Capitão Mouzinho de Albuquerque, na cidade de Leiria, e envolventes deverão arrancar este mês, com duração prevista de um ano.
A empreitada, adjudicada no passado mês de novembro à empresa Aquino Construções, irá ser executada de forma faseada, e começar na rua S. Francisco e parte da rua Coronel Teles Sampaio Rio (frente ao Teatro José Lúcio da Silva).
Posteriormente será intervencionada a rua Capitão Mouzinho de Albuquerque, que será dividida em três troços, de modo a assegurar o acesso aos estabelecimentos, habitações e posto de abastecimento de combustíveis, bem como o beco de S. Francisco, explicou esta sexta-feira, o vereador Ricardo Gomes, responsável pelo pelouro da Obras Municipais na cidade, em conferência de imprensa.
O projeto, que foi aprovado em julho de 2020 e foi objeto de dois concursos públicos, visa criar melhores condições de circulação pedonal, reordenar o trânsito e o estacionamento além de remodelar e substituir as infraestruturas enterradas, desde as redes de abastecimento de água, saneamento básico e águas pluviais, às redes de eletricidade, gás e comunicações.
A eliminação de uma das duas vias de circulação automóvel nas ruas Mouzinho de Albuquerque e de São Francisco, o alargamento de passeios, a remoção de barreiras arquitetónicas, nomeadamente nas zonas de atravessamento, a substituição do pavimento, a renovação do mobiliário urbano incluindo as colunas de iluminação, a colocação de uma ilha ecológica na rua Teles Sampaio são alguns dos trabalhos previstos.
O início da obra está dependente da autorização da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) para a realização dos trabalhos arqueológicos.
Adjudicada por cerca de 1,64 milhões de euros, a obra é financiada por fundos comunitários em 85% no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).
A execução das restantes fases já está planeada, explica a autarquia, referindo contudo que o seu cumprimento depende do desenvolvimento da obra e eventuais condicionantes, como achados arqueológicos, condições climatéricas, diferenças entre o cadastro das infraestruturas e as existentes, ou atrasos na entrega de materiais.
Gonçalo Lopes, presidente da Câmara, adiantou ainda ser objetivo do município que a realização dos trabalhos não comprometa a época natalícia, e que estejam garantidas “todas as condições para a normal realização das compras tradicionais desta altura do ano, sem prejudicar o volume de negócios e de receitas dos comerciantes”.
Sublinhando tratar-se de uma “intervenção trabalhosa” que exigiu “cuidados no planeamento e divulgação”, o autarca antecipou os impactos que a obra, pela sua dimensão e complexidade, poderá ter no quotidiano daquela zona.
“É a principal obra no coração da cidade, numa zona eminentemente comercial”, destacou, frisando tratar-se de um “novo” e “grande desafio”, que obrigará o município a trabalhar diariamente, nomeadamente ao nível da comunicação.
Segundo Ricardo Gomes, foram já realizadas sessões de esclarecimento com instituições, comerciantes e moradores, tendo sido ainda criada uma ferramenta de comunicação, que permite através do Whatsapp, ter acesso a informações sobre alterações e condicionalismos de trânsito de forma mais rápida, bastando enviar uma mensagem para o número 967 420 650, com o texto “Subscrevo Mouzinho [Nome]”.
Intervenções programadas
Além da redução de uma via de trânsito nas ruas Capitão Mouzinho de Albuquerque e de São Francisco, serão criados 19 lugares de estacionamento, dez dos quais para cargas e descargas, oito para viaturas e um para pessoas com mobilidade condicionada.
O alargamento de passeios, a sobrelevação do piso, a aplicação de piso tátil junto às passadeiras e a criação de uma passadiço central em pedra no Beco de São Francisco (que passará a via partilhada) são outras intervenções projetadas.
É ainda objetivo plantar sete árvores, eventualmente macieiras na rua de São Francisco, e 98 plantas de tomilho na envolvente.
Há anos que a intervenção está projetada, sendo uma das quatro fases (fase 3) da reabilitação do Sistema Urbano do Eixo Comercial da Avenida Heróis de Angola envolvente, sendo objetivo melhorar as condições de segurança e conforto para os peões, contribuir para dinamizar o comércio, incentivar à reabilitação de edifícios e potenciar a redução de emissões de carbono.
Ricardo Gomes esclareceu ainda que o estaleiro da obra ficará instalado num terreno que é propriedade do município, na quinta de Santo António.