O presidente da Câmara de Leiria destacou esta quarta-feira os benefícios para a mobilidade com a modernização da Linha ferroviária do Oeste, cujo projeto entre Caldas da Rainha e Louriçal (Pombal) deverá ser lançado nas próximas semanas.
“É algo que já desejávamos há bastante tempo. É um passo que se dá numa ambição regional que irá trazer bastantes benefícios em termos de mobilidade entre Leiria e a região do Oeste, e, sobretudo, a ligação com Lisboa”, disse hoje à agência Lusa Gonçalo Lopes.
A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê lançar nas próximas semanas o concurso para o projeto de modernização da Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Louriçal, obra incluída no programa Ferrovia 2030.
“Temos já os documentos do concurso preparados para o lançar e estamos a aguardar autorização para fazer o lançamento do concurso para contratação do projeto, que perspetivamos que possa ser lançado nas próximas semanas”, anunciou na terça-feira o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes.
Nas Caldas da Rainha, onde na terça-feira foi consignada a empreitada de modernização do troço da Linha do Oeste entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, o responsável da empresa anunciou que a continuação da empreitada, para Norte, é um dos principais investimentos do programa Ferrovia 2030, que representa um investimento total de oito mil milhões de euros na via e de 1.700 milhões de euros em material circulante.
Gonçalo Lopes referiu que a abertura de procedimento para realizar o projeto é “a primeira etapa”.
“São projetos extremamente exigentes, demorados, mas que é um compromisso claro naquilo que será o futuro investimento. E é algo que nos deixa bastantes satisfeitos na região de Leiria por se ter dado este passo”, adiantou o autarca, que também é presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL).
Reconhecendo que, “ao longo dos anos, várias gerações nunca acreditavam que a Linha do Oeste pudesse vir a ser modernizada, uma vez que é uma reclamação que tem décadas de existência”, Gonçalo Lopes salientou que agora se dá “um passo muito importante, que é a preparação do projeto e, a partir daqui, as etapas serão mais fáceis de alcançar”.
“Por isso, é algo que nos deve deixar bastante motivados e otimistas relativamente ao futuro”, acrescentou.
Segundo o vice-presidente da IP, a “intervenção ambiciosa” prevista para o troço Caldas da Rainha-Louriçal vai permitir o aumento da velocidade “para patamares na ordem dos 160 quilómetros/hora, a duplicação da linha preparada para articular com o futuro projeto de alta velocidade que terá estação em Leiria, a eletrificação do troço a 25 mil volts, a instalação de modernos sistemas de sinalização, a supressão de várias passagens de nível e a intervenção em pontes metálicas para reforçar a sua capacidade de carga”.
Esta será a terceira fase do projeto de modernização e eletrificação da linha, que tem atualmente em curso um investimento global de 158 milhões de euros, dividido em duas grandes empreitadas, a primeira das quais corresponde à eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, no valor de 61,5 milhões de euros, e a segunda o troço Caldas da Rainha-Torres Vedras, no valor de 38,4 milhões de euros, cuja empreitada foi consignada na terça-feira.
A CIMRL integra os Municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.