O presidente do Município de Ourém disse hoje esperar que seja decretado o estado de calamidade naquele concelho do distrito de Santarém, à semelhança do que foi avançado hoje pelo Governo em relação à serra da Estrela.
“Acabei de ouvir decretar o estado de calamidade na serra da Estrela. Espero que o tratamento seja idêntico para o concelho de Ourém, onde temos prejuízos incalculáveis, sobretudo na agricultura e na floresta. Os prejuízos são avultadíssimos”, reforçou Luís Albuquerque.
Os incêndios deste verão já destruíram seis mil hectares em Ourém, acrescentou o autarca, ao lembrar que 70% do concelho é constituído por floresta.
“Já não havia grandes incêndios há alguns anos e foi-se acumulando todo o combustível. Mesmo com a limpeza das faixas, era praticamente impossível travar o fogo, dada a intensidade do vento e a velocidade do incêndio”, constatou.
Luís Albuquerque defendeu, por isso, que se aposte mais em “faixas de contenção em mosaico”, para que sejam mais resistentes às chamas.
O incêndio que se iniciou na sexta-feira, pelas 14:40, no Carvalhal, freguesia de Espite, que foi dado por duas vezes em resolução, voltou a reativar-se.
Poucos minutos depois da agência Lusa falar com o presidente da Câmara, que se mostrou cauteloso quanto à tarde de hoje, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil informava sobre uma nova reativação do incêndio.
A mesma fonte, pelas 15:58, indicava que estavam no local 264 operacionais, apoiados por 81 viaturas e quatro meios aéreos.
O Governo vai decretar o estado de calamidade para responder às necessidades do território da área ardida da serra da Estrela, anunciou hoje a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Segundo a governante, o estado de calamidade será decretado pelo Conselho de Ministros e “dará condições para que todos, Estado e autarquias, possam responder às necessidades” do território.
Mariana Vieira da Silva falava aos jornalistas no final de uma reunião conjunta entre Governo e autarcas de seis municípios abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela – Manteigas, Celorico da Beira, Covilhã, Guarda, Gouveia e Seia – e ainda de Belmonte, também presente por ter sido atingido pelas chamas, para “avaliar as necessidades e respostas integradas para estes concelhos” na sequência do incêndio que afetou a região.