Cerca de 300 autores de vários países participam na edição 2022 do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, que entre os dias 06 e 16 de outubro será placo que perto de 200 iniciativas em torno da literatura.
A 7.ª edição do festival vai ser marcada pela “quantidade, qualidade e diversidade” das iniciativas programadas, afirmou um dos mentores Folio, José Pinho, durante a apresentação do evento realizada hoje em Óbidos.
O programa que irá decorrer em 24 espaços da medieval vila de Óbidos, no distrito de Leiria, vai contar com a participação de “cerca de 300 autores, a uma média de 30 por dia”, afirmou o também administrador da livraria Ler Devagar.
A organização, que remeteu para os próximos dias a divulgação detalhada do programa, divulgou hoje que o festival será palco de 16 exposições, 16 mesas, de autores, 62 apresentações ou lançamentos de livros, 16 oficinas, a juntar tertúlias, oficinas e ‘masterclasses’.
Portugal, Brasil e França são os países com mais autores a participar no festival, que ainda não revelou a lista dos escritores, mas que já tinha confirmado a presença dos prémios Nobel de Literatura Olga Tokarczuk (Polónia) e Wole Soyinka (Nigéria).
No capítulo da Folia, com curadoria da Fundação Inatel, o presidente deste organismo, Francisco Madelino, destacou hoje, entre os 30 concertos agendados para o festival, os espetáculos de Sara Correia, NBC, Expresso Transatlântico, Seiva, Marta Hugon, João Cabrita, Cassete Pirata, SAL e José Barros.
Já o Folio Educa, que nesta edição terá curadoria de Paulo Santos, surge este ano num formato diferente, “com mais iniciativas a acontecerem nas escolas”, explicou a vereadora da Educação na Câmara de Óbidos, Margarida Reis, vincando que se mantém o seminário internacional e que nas 16 oficinas participarão “muito investigadores, sobretudo brasileiros” e que em foco estarão temas como o centenário de José Saramago e os 200 anos da independência do Brasil.
Entre as novidades deste ano Margarida Reis destacou o arranque de dois subcapítulos integrados do Folio Educa: o Folio Tech (que liga tecnologia à literatura) e o Folio Inclusão, que contará com um dia dedicado a esta temática, a inclusão de língua gestual em seminários e a edição de um livro multiformatos.
O Folio Ilustra, com curadoria de Mafalda Milhões, voltará a ser escolhido para a entrega do Prémio Nacional de Ilustração e a participação de ilustradores nacionais e internacionais.
A Banda Desenhada ocupará nesta edição o Museu Municipal de Óbidos e o cinema verá também redobrada aposta na apresentação de filmes e documentários integrados na programação que, em 2022, reserva também um espaço programático para cada uma das sete freguesias do concelho.
Com a exceção de uma oficina, todas as atividades, incluindo os concertos na Cerca do Castelo e um curso que será ministrado pelo escritor Gonçalo M. Tavares, serão de entrada grátis, garantiu hoje a organização do Folio.
O festival conta este ano com um orçamento de 385 mil euros, assegurado pela autarquia e por parceiros que têm a cargo a organização de alguns dos eventos que integram a programação, afirmou o presidente da autarquia, Filipe Daniel.
O autarca sublinhou que “a programação muito forte” e “um tema tão atual como ‘O poder’, numa altura em que a guerra na Ucrânia põe em debate o poder de um homem e leva a pensar noutros poderes como o da ciência ou o da palavra” são fatores de atração de público ao festival que decorrerá entre os dias 06 e 16 de outubro.
O Folio teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários, passando nos anos seguintes a ser suportado pela Câmara de Óbidos.
Palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas entre escritores e leitores e evento não se realizou em 2020 devido à pandemia de covid-19, tendo sido retomado em 2021.