O português Guilherme Fonseca terminou sábado, 24 de setembro, em quarto nos Jogos Mundiais de Associação Internacional de Surf (ISA), após ter chegado à final da competição disputada em Huntington Beach, nos Estados Unidos.
O surfista de Peniche, de 25 anos, assegurou a melhor classificação lusa na competição, ao somar 9,36 pontos no ‘heat’ decisivo (4,83 e 4,53), vencido pelo japonês Kanoa Igarashi (15,96), que deixou o indonésio Rio Waida (14,04) e o australiano Jackson Baker (11,67) com as medalhas de prata e bronze, respetivamente.
Já depois de ter recebido a medalha de cobre, Guilherme Fonseca congratulou-se com o quarto posto conquistado, depois de uma temporada na Indonésia.
“Cheguei a este Mundial com bastante ritmo, mas não estava a ter bons resultados. Felizmente, as coisas foram mudando e fui acreditando cada vez mais. Não fiz a final que queria, mas preparei-me muito durante o ano longe das câmaras e fui muito criticado por quem não via o meu trabalho. Mas o desporto é assim e eu vou continuar a ser eu mesmo, a trabalhar para representar Portugal. Tenho 25 anos e muito para dar”, referiu o surfista luso.
Igarashi, vice-campeão olímpico em Tóquio2020 e que residiu em Portugal, contribuiu para a conquista, nesta competição, de uma vaga para o Japão para os Jogos Olímpicos Paris2024.
Já Teresa Bonvalot desistiu da competição, devido a uma luxação no joelho, terminando a prova no sexto lugar.
A surfista cascalense abandonou a prova feminina depois de ter assegurado a presença na sexta ronda do quadro principal, a última antes da final, frente à norte-americana Kirra Pinkerton, que viria a sagrar-se campeã, à francesa Pauline Ado e à peruana Daniella Rosas.
“Depois de avaliada pela equipa médica, aparentemente, não é uma lesão grave. Mesmo assim, decidimos em conjunto que a decisão mais acertada era não competir, pois existia a possibilidade de agravamento da lesão. Assim sendo, com muita pena e frustração, abandono a competição da ISA com o foco de me preparar para as competições futuras”, afirmou a surfista natural de Cascais, medalha de bronze nos Mundiais de 2021.
Yolanda Hopkins terminou a competição no sétimo lugar, ao ser derrotada na nona ronda pelas australianas Sally Fitzgibbons (14,5) e Sophie McCulloch (10,13), num ‘heat’ em que a surfista algarvia, vice-campeã do mundo em 2021, conquistou ‘apenas’ 9,76 pontos.
“Acho que tive uma boa performance, globalmente. No meu último ‘heat’ sinto que podia ter dado um pouco mais de mim e isso custou-me a passagem para a final das repescagens. Fiquei triste porque quero sempre ganhar, individualmente, mas também pela equipa”, afirmou a surfista algarvia, igualmente citada pela assessoria de imprensa da Federação Portuguesa de Surf (FPS).
Kirra Pinkerton sagrou-se campeã do mundo, contribuindo para a conquista da vaga olímpica feminina pelos Estados Unidos, ao somar 13,63 pontos, impondo-se a Ado (13), medalha de prata, a Fitzgibbons (11,6), terceira classificada, e a Rosas (9,20).
Portugal terminou no quarto lugar da classificação coletiva, atrás de Estados Unidos, Austrália e França, um resultado que não deixou o presidente da FPS satisfeito.
“Foi um campeonato muito duro mas a seleção esteve ao mais alto nível e mostrou uma entrega extraordinária. Infelizmente, tivemos a lesão da Teresa que a afetou muito e à Seleção. O quarto lugar soube-nos a pouco, mas para o ano há mais, no Mundial ISA de El Salvador, onde vão ser discutidas as vagas olímpicas regionais [para os melhores surfistas de cada continente] e voltaremos ainda mais fortes. Isto não acabou aqui”, rematou João Aranha.