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Sociedade

Roteiro histórico quer revelar importância da Mata Nacional de Leiria

O projeto, que visa recuperar o impacto das atividades ligadas ao pinhal na comunidade que dele dependia, deverá arrancar até ao final do ano.

A resinagem era uma das atividades dominantes na zona do Pinhal de Leiria

A Associação de Desenvolvimento da Alta Estremadura (ADAE) quer dar a conhecer a importância das atividades ligadas à Mata Nacional de Leiria através de um roteiro histórico, cujo projeto arranca até ao final do ano.

O projeto, denominado Roteiro Histórico do Pinhal do Rei, “foi preparado para recuperar e preservar memórias da importância do pinhal na região e do seu impacto no desenvolvimento do território e das comunidades”, adiantou a ADAE, numa informação enviada à agência Lusa.

“Este projeto será materializado através de um roteiro histórico e dinâmico, com pontos de interpretação ligados à história do Pinhal de Leiria, às atividades da madeira, resinagem e arte xávega, dominantes nos concelhos de Leiria e Marinha Grande”, referiu a ADAE.

Segundo a associação, o objetivo é “retratar as interações que as comunidades estabeleceram com o seu território, ao longo da história, nomeadamente com as paisagens, os recursos, as produções locais, as técnicas e o saber-fazer, os hábitos e costumes, entre outros”.

A iniciativa visa também “melhorar a oferta turística no território, atrair mais visitantes, prolongar a sua estada e, ainda, melhorar a experiência” de quem se desloca à região.

Fonte da ADAE explicou que o projeto, com a duração de dois anos, representa um investimento de 55.300 euros, cofinanciado pelo Programa Centro 2020.

“É um roteiro que procura recuperar o impacto que as atividades ligadas ao pinhal tiveram na comunidade que dele dependia, desde a atividade da resina, da madeira e do carvão, entre outras”, afirmou a mesma fonte.

Após a informação estar recolhida e tratada, “pretende-se a criação de um circuito de interpretação com a colocação de painéis em locais onde as atividades se devolveram”, disse, salientando que esta é uma “forma de atrair turistas” num local que, há quase cinco anos, foi fustigado por incêndios.

“Por exemplo, havia uma linha de caminho-de-ferro que atravessava a mata para facilitar o transporte da madeira. Este é um dos pontos que queremos dar a conhecer neste circuito de interpretação”, adiantou.

Com o Roteiro Histórico Pinhal do Rei, vão ser divulgadas “outras vertentes da mata que não a natureza, contribuindo para preservar a cultura e a identidade deste território”.

O Pinhal de Leiria, também conhecido por Mata Nacional de Leiria e Pinhal do Rei, é propriedade do Estado. Tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande. A principal espécie é o pinheiro-bravo.

De acordo com informação no sítio na Internet do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a primeira arborização data do século XIII, tendo sido feitas as grandes sementeiras no reinado de D. Dinis.

No incêndio de 15 de outubro de 2017, ardeu 80 por cento da sua área.

A Associação de Desenvolvimento da Alta Estremadura, fundada em 1994, desenvolve a sua intervenção nos municípios da Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós, tendo surgido “com o objetivo de implementar novas formas de intervenção local, com incidência no mundo rural”.

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