Há uma máscara que Surma retira nos primeiros segundos do videoclip de “Islet” – e o gesto define o novo disco que vem aí. O segundo álbum do projeto de Débora Umbelino está prometido há muito, mas já tem nome – “Alla” – e saída agendada para a primeira semana de novembro. O primeiro single antecipa o caráter pessoal e autobiográfico a revelar pela compositora e intérprete de Leiria. “É um mergulho no meu subconsciente”, reconhece, a propósito da música e vídeo em que aborda o bullying que sofreu na adolescência e as dificuldades que passou até à libertação completa: uma história contada em quatro salas que Débora atravessa com esforço, enfrentando bullies, partindo gelo, atravessando paredes até à mutação final.
Foi dura essa fase da sua vida, “do 3º até ao 9º ano”. Mas contribuiu para o que Débora Umbelino é hoje. “Agradeço aos bullies porque sem eles não tinha tanta persistência em determinadas situações”. “Islet” é uma mensagem de esperança “para as pessoas que passam por isso hoje em dia”. “Elas não estão sozinhas no mundo” e, com tempo, “encontramos sempre a nossa liberdade, os nossos amigos”.
É também por elas que se expõe como nunca no single e no novo “Alla”. “Nunca me tinha assumido assim em frente à câmara”, reconhece Débora, que na produção do videoclip se arrepiou “da cabeça aos pés” e até chorou. “Toda a equipa foi incrível e deu-me muita força. Foi bastante emotivo e muito libertador”.
A mutação faz parte de um processo assumido para a nova fase de Surma. Resulta da maturidade de Débora Umbelino e do conjunto experiências vividas desde o lançamento de “Antwerpen”, em 2017. “Este álbum vai muito mais dentro da minha essência. Quis dar um bocadinho desse meu lado mais vulnerável e transparente às pessoas”.
“Islet” é a primeira etapa da viagem autobiográfica que é o novo disco de Surma
Esta sexta-feira, 7 de outubro, é revelada a primeira amostra do segundo disco de Surma. “Islet” mostra um universo muito pessoal de Débora Umbelino, na produção mais ambiciosa da Casota Collective.