A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) vai avançar com um projeto pioneiro para fornecer energia a preços competitivos às micro e pequenas empresas das Caldas da Rainha, que em 20 anos permitirá poupanças de 2,8 milhões de euros.
Segundo o presidente da AIRO, Jorge Barosa, que falava durante a assinatura de um protocolo de cedência de terrenos para a instalação dos painéis fotovoltaicos que vão permitir produzir no primeiro ano 1.426 megawatts (MWh) de eletricidade e servir entre “100 a 120 microempresas”, o projeto Comunidade de Energia da Rainha “será pioneiro não só na região Oeste, mas a nível nacional”.
“As micro e pequenas empresas, nomeadamente os comerciantes do centro da cidade não têm soluções competitivas a nível energético, porque em determinadas zonas dos centros históricos não é possível a colocação de painéis solares ou os telhados, pela sua dimensão ou orientação solar, não o permite”, explicou Jorge Barrosa, que na segunda-feira à noite assinou com a Câmara das Caldas da Rainha a cedência de um hectare de terreno onde os painéis vão ser instalados.
A cedência vigorará por um período de 25 anos e contribuirá para “uma redução de custos fixos na ordem dos 40 a 70%”, consoante o setor de atividade e o horário de funcionamento, explicou o presidente da AIRO.
Numa loja com um consumo mensal de 1.111 kWh e uma fatura na ordem dos 200 euros “a redução será de 63 euros por mês, ascendendo a 754 euros ano”, exemplificou, acrescentando que no caso de um restaurante, com uma fatura mensal de energia de 450 euros, a redução poderá chegar aos 191 euros por mês e aos 2.292 euros por ano.
Numa empresa de serviços, com uma fatura mensal de 150 euros, a poupança estimada é de 47 euros por mês e 566 euros por ano, disse ainda.
“Com a cedência do terreno por parte do município das Caldas da Rainha será possível ter um preço por kW/ hora manifestamente mais baixo e competitivo para todos os aderentes”, afirmou o responsável, adiantando também que o preço estimado de venda será de 0,09 euros para os clientes de baixa tensão e 0,04 para os de média tensão.
A estimativa da AIRO é para uma poupança de 141.513,75 euros no primeiro ano de funcionamento da comunidade de energia, valor que ao fim de 15 anos subirá para 1.415.137,50 euros e no período de 20 anos atingirá os 2.830.275 euros.
A colocação dos painéis fotovoltaicos deverá acontecer dentro de oito meses e a sua entrada em funcionamento ocorrerá cerca de seis meses depois, mas os empresários podem a partir de hoje fazer a sua inscrição na AIRO, sendo selecionados por ordem de inscrição e de acordo com a capacidade financeira.
A AIRO pretende ainda que “5% da energia produzida seja doada a famílias carenciadas indicadas pelo município”, prevendo que venha a beneficiar entre 10 a 15 famílias.
Numa segunda fase, a produção de energia será alargada e a AIRO prevê também a formação de mais quatro comunidades de energia, através de protocolos com outras entidades e que possam beneficiar outro tipo de empresas.
As comunidades de energia e soluções de autoconsumo são uma das medidas que a AIRO tem vindo a trabalhar nos últimos dois anos no âmbito do seu plano estratégico de apoio aos empresários da região Oeste.