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Alcobaça

Câmara de Alcobaça apela à criação de emprego para timorenses alojados no concelho

Um grupo de 40 timorenses chegou quarta-feira à Pousada da Juventude de Alfeizerão, depois de ter sido enganado em Portugal com um contrato de trabalho.

fotografia da pousada da juventude de alfeizerão
O grupo está alojado na Pousada da Juventude de Alfeizerão

Cerca de 40 migrantes de nacionalidade timorenses foram alojados na Pousada da Juventude de Alfeizerão, no concelho de Alcobaça, confirmou a Câmara Municipal, que apela aos empresários locais apoio na disponibilização de empregos na região.

“São na maioria jovens entre os 20 e os 30 anos, que vieram encaminhados pela Segurança Social de Leiria”, disse esta sexta-feira, dia 28, à agência Lusa o presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues.

Os homens de nacionalidade timorense chegaram na quarta-feira à Pousada da Juventude Alfeizerão, no concelho de Alcobaça, e, segundo o autarca, “na quinta-feira foi feita uma reunião técnica entre os serviços de ação social da Câmara e técnicos da Segurança Social, para fazer um levantamento de necessidades mais imediatas, nomeadamente ao nível de roupa que já foi disponibilizada”.

Ainda de acordo com o autarca, o grupo “veio para Portugal com contrato de trabalho, mas terá sido enganado” já que não estão a ser pagos e, “por via disso, ficaram abandonados e completamente desprotegidos e desnutridos”.

Os migrantes têm também garantido o fornecimento de refeições na Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão e a Câmara Municipal “vai continuar a acompanhar as situações em parceria com a Segurança Social” e tentar com eles avaliar a possibilidade de se encontrar trabalho na região, acrescentou.

Hermínio Rodrigues apelou mesmo “aos empresários locais no sentido de poderem manifestar disponibilidade para os receber, dentro das necessidades de mão-de-obra existentes na região, porque encontrar um emprego é fundamental para resolver a situação destas pessoas”.

Na terça-feira, a secretária de Estado da Igualdade e Migrações revelou à Lusa que o Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) identificou 825 cidadãos timorenses a viver em Portugal em situação de vulnerabilidade e quase 500 foram realojados em várias localidades do país.

Isabel Almeida Rodrigues, que coordena o grupo de trabalho criado no início de setembro pelo Governo para acompanhar o fluxo de timorenses que têm chegado ao país nos últimos meses, precisou que as 825 pessoas identificadas em situação de vulnerabilidade não estavam todas em situação de sem-abrigo.

A falta de trabalho em Timor-Leste está a provocar um êxodo de trabalhadores, com Portugal a tornar-se um dos principais destinos, uma vez que não necessitam de visto por um período de 90 dias.

A situação está a levar ao aparecimento de agências e de anúncios a tentar enganar jovens timorenses, a quem são cobradas quantias avultadas com a promessa de trabalho ou vistos.

Sem trabalho e sem alojamento, muitos dos jovens tornaram-se sem-abrigo, nomeadamente no Martim Moniz, em Lisboa, onde o ACM tem, de acordo com Isabel Almeida Rodrigues, equipas todas as noites.

Os timorenses que chegam a Portugal são sobretudo homens, jovens, com poucas qualificações e que não dominam a língua portuguesa.

Desde março e até 11 de outubro, entraram em Portugal 4.721 timorenses e saíram 4.406, segundo o SEF.

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